DESAFIOS E INCERTEZAS DIANTE DA PANDEMIA
Boa parte das Crianças, adolescentes e jovens estão em casa já pelo segundo ano consecutivo. Em todos os níveis,trata-se de uma situação sem precedentes na história, e ainda não sabemos quais serão os efeitos disso na formação dos alunos, desde a mais tenra idade. Muitos pais estão estressados, sem condições de darem a devida atenção aos filhos, nessa fase difícil, porque precisam também dar conta do trabalho (também muitas vezes on line). Professores e demais profissionais da Educação ainda estão sem saber como lidar com a realidade dos fatos, tendo em vista que não há previsão de retorno à normalidade. Há os que consideram as medidas excessivas, mas o fato é que infelizmente o número de óbitos aumentou, e a preocupação com a pandemia é grande. O número de vacinados é ainda insuficiente, daí que persistem as recomendações de distanciamento social, higienização, e outras medidas preventivas.
A pergunta que se faz: haveria uma forma de evitar os excessos de restrições impostas e viabilizar o mínimo de atividade presencial, tendo em vista que nem todos podem desenvolver atividades on line? Não é uma questão fácil de resolver. O fato é que a educação domiciliar também nao é uma tarefa fácil, como escreveu Ludmilla Souza, repórter da Agência Brasil, dizendo que as escolas “estão se reinventando para continuar as atividades”. E lembra que “segundo dados do Censo Escolar, em 2019, havia 47,9 milhões de alunos matriculados na educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio) em todo o país, nas redes públicas e particulares”. É uma parte significativa da população que está sem saber como fazer em meio aos desafios da atualidade. Não existe um manual, uma receita pronta, um roteiro para ser seguido. Tudo é novidade, aprendizafo, conhecimento mútuo. Pais que precisam gerenciar suas empresas e atividades home office, em tempo integral, e atender as demandas dos filhos, em casa, que não podem também ficar ociosos. E menciona a opinião da professora de educação infantil Angélica dos Santos Benith Belo, destacando que “mais do que estudar com os filhos, o momento deve ser usado também para fortalecer os laços familiares”. A professora conta que iniciaram “o recesso escolar enviando sugestões de atividades para os pais. A maioria participou com entusiasmo na primeira semana, já na segunda semana relataram certa dificuldade em aplicar as atividades e demonstravam em sua fala um certo anseio pela volta das aulas. Percebendo isso, enviamos vídeos que demonstravam a importância do vínculo familiar e dinâmicas de afeto. Nesse momento de incertezas, orientamos as famílias para que aproveitem esse tempo juntos sem a correria da vida e do dia-a-dia com seus filhos”.
Esperamos que prevaleça cada vez mais a solidariedade entre professores, profissionais da Educação, pais e alunos, para que encontrem meio de superar os problemas decorrentes do impacto da pandemia em toda a sociedade. Quanto aos alunos, há muitas plataformas on line de forma gratuita para estudar, basta ter o mínimo de disciplina e disposição. Há muito conteúdo disponível pela internet que pode ser bem aproveitado. Daí a importância que os pais e professores acompanhem as atividades dos alunos, orientando-os a um melhor aproveitamento das possibilidades existentes pela internet. Tudo isso pode ser feito com responsabilidade e motivados pelo melhor aprendizado. É assim que conseguiremos boas respostas aos desafios do momento. Permanecem 2 grandes questões difíceis de serem superadas:famílias que não tem acesso à INTERNET e como convencer uma criança com menos de 10 anos a estudar ONLINE.
Valmor Bolan é Doutor em Sociologia. Professor da Unisa. Ex-reitor e Dirigente (hoje membro honorário) do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras. Pós-graduado (em Gestão Universitária pela OUI-Organização Universitária Interamericana) com sede em Montreal-Canadá.