ENTRE MENTIRAS E ENGANOS
(Joceane Priamo)
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Gota d’água, de perfume, de sangue,
Gotejam a vida, o encanto, o destino.
No secreto silêncio devasto dolangue,
O murmúrio olha o passado no seu desatino.
O que transforma o sabor, o valor, a verdade?
Uma leve partícula revela a totalidade?
A inesperada mudança na busca premissa
Traz a mentira ou a verdade, repentina, omissa.
Aquele que carece de estudo tem reprovação?
Será mais sábio aquele escondido atrás dos títulos
Que não consegue viver a sua própria lição?
A busca sempre consome a nossa energia,
Muda-se uma vida da noite para o dia.
Mesmo que o corpo fale e o espirito grite,
Você é aquele que se esconde numa roupa de grife?
Maquia sua face, seus dias, sua vida,
Mas não consegue esconder a imperfeição
Que traz no coração.
Por isso pergunto: quem vive a enganar?
Preso em castelos, em fortunas e imagens,
Sabe que a alegria não consegue comprar.
Por muito tempo as pessoas conseguem fingir,
Mas da verdadeira essência é impossível fugir.
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