Geral

Eu desisto.

            Hoje eu larguei mão. Deixei as falas técnicas e teóricas de lado, as orientações também, as tendências também. Não vou falar das novidades, das orientações e nem dar dicas. Há momentos em que precisamos fazer uma pausa e chegar a uma conclusão sobre algo que afeta o nosso meio e até a nossa vida. Hoje vai ser só opinião, só desabafo. E a minha conclusão é de que… eu desisto.

            Falar de Fake News no universo da comunicação já tá ficando manjado. Todo mundo já sabe que existe, sabe que desinforma e sabe que todo cuidado é pouco. No fundo, as pessoas sabem. E talvez nem elas mesmas consigam perceber isso. E o pior: muita gente insiste em não enxergar, em fechar os olhos, em negar tudo. E essa é a cegueira mais triste. Além disso, ainda existem formas e mecanismos de combate muito bem organizados. Acho que, pouco a pouco, estamos ficando cada vez mais bem servidos desse tipo de trabalho.

            Mas existe um ramo específico, um segmento muito apurado – que, inclusive, também é muito ligado ao império das Fake News – que são as teorias da conspiração. É disso que tenho que falar. E, sim, uma coisa tem tudo a ver com a outra mesmo. A diferença é que, para isso, acho que não existe solução. São as histórias absurdamente mirabolantes que alguns fazem piada – mas que muitos outros levam BEM a sério. E é aí que entra aquela minha conclusão tomada: desistir. Simplesmente não dá para discutir com quem mantém as teorias da conspiração. Por quê? Pelo simples fato de que a história deles é muito mais legal. Muito mais emocionante, divertida, instigadora. Tem fofoca, tem poder e têm complôs gigantes que só a gente não sabia até então. É tipo história de cinema – ou de novela mexicana – mas falando da vida real. E o cenário, claro, é apenas a imaginação fértil destes teóricos do apocalipse.

            A realidade talvez seja muito chata mesmo. E por isso, cada vez mais, estejam surgindo mais teorias da conspiração na nossa vida, no nosso dia a dia, nos nossos grupos de WhatsApp. Afinal, é muito mais legal acreditar que a Nike vendeu a Copa de 98 para a Adidas (mesmo elas sendo inimigas de mercado e tudo mais… tudo bem, eu que não sei de nada sobre isso). Acho que a grande saída, então, seja fazer algo muito, mas muito mais divertido do que o mundo fantástico de quem vive dessas histórias. A saída não é discutir, nem debater, nem argumentar. A saída é ALIMENTAR! Dar corda, dar trela. Deixar ainda mais gigantesco e chegar a um mundo ainda mais inacreditável.

            Tenho visto cada coisa sem lógica ultimamente… e o pensamento não poderia ser outro. Conversar com quem conspira é inútil. É enxugar gelo e no fim ainda perder a discussão. Bom, eu havia dito que não iria dar dicas hoje… mas vou ter que encerrar com uma: quando alguém vier com uma dessas, alimente a viagem! É o melhor para todos nós.