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EXCLUAM SEUS APLICATIVOS

    Estava olhando e pensando por aqui. Existem muitos conteúdos por aí te aconselhando a excluir muitos aplicativos do seu celular. Chega até a ser engraçado, pois a tecnologia (assim como fazia o video anteriormente – já diria Humberto Gessinger) está realmente imitando a vida. Ou seria o contrário?

                Nossa existência, também tão cheia de dilemas e dualidades, se traduz na linha absolutamente tênue entre os benefícios e malefícios dessas telas infinitas no nosso dia a dia. Claro, chega até a ser um clichê, mais absoluto do que a linha tênue, dizer que as ferramentas tecnológicas revolucionaram o mundo e também nos trouxeram muitas paranoias intermináveis. É uma coisa meio Black Mirror. E sim, esse papo já está vencido, claro. Mas é sempre muito verdadeiro. 

                Nem todo mundo sabe, mas a geração que já nasce com um smartphone na mão é a geração mais depressiva da história. A doença, conhecida não a toa como o “mal do século”, está atingindo cada vez mais jovens que deveriam ter toda a energia e disposição do planeta. E, sim, os aplicativos – principalmente os de redes sociais – tem um papel muito impactante nisso tudo. 

                Um estudo publicado em 2017 pela Royal Society for Public Health – uma instituição de saúde do Reino Unido – mostrou que o Instagram é a rede social mais nociva à saúde mental. O aplicativo tem impacto negativo no sono e na autoimagem dos jovens, podendo causar até alguns estímulos ao suicídio em um público cada vez mais vulnerável. 

                Para mim, particularmente, é muito estranho falar sobre isso. Trabalho (direta ou indiretamente) com aplicativos e redes sociais, ajudo a gerar conteúdo para tudo isso. Falar que o acesso a essas plataformas é algo negativo parece bastante contraditório, é bem verdade. Mas, como disse antes, o meio digital cada vez mais se confunde com a vida real nos seus dois pesos da balança. E tudo é, sempre e com certeza, uma questão de equilíbrio.

                Aliás, confesso que fiquei mais tranquilo sobre isso depois que soube que até mesmo Steve Jobs, quando apresentava um novo e revolucionário modelo de Ipad, disse que seus filhos nunca haviam utilizado o aparelho, pois dentro de sua casa controlava os limites da tecnologia. Ou, então, quando Bill Gates afirmou que antes de ter computadores, compraria livros para sua família.

                Bom, realmente acho que a discussão é bem mais complexa do que parece. Talvez quando, em algum momento de puro esgotamento e desabafo, disse para alguém que o mundo era mais feliz antes disso tudo existir, não estivesse tão errado. As facilidades e o universo de possibilidades que a tecnologia nos trouxe tirou um pouco a graça que existe nas dificuldades que antes enfrentávamos, de estar em off ou de alcançar o on com muito esforço. É o tipo de coisa que valorizávamos mais. Agora, são os likes. Talvez seja mesmo a hora de excluir alguns aplicativos.

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