Fim e início do Ano Litúrgico
Dom Edgar Xavier Ertl – Diocese de Palmas-Francisco Beltrão
Chagamos ao final do Ano Litúrgico de 2025. Neste domingo, 23 de novembro, celebramos Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. É uma data solene, com textos próprios para reconhecermos em Jesus Cristo, o seu Reinado, o seu projeto de salvação e vida. Então, tivemos mais um ano para crescer no conhecimento do amor de Deus, no aumento da fé, da esperança e da caridade. Estamos também chegando à etapa final do ano jubilar da encarnação de Jesus Cristo, nosso Salvador, e desde o mês de janeiro estamos nos aprofundando no tema da esperança e caminhando e crescendo como “peregrinos de esperança”, porque a “esperança não decepciona”, profetizou o Apóstolo Paulo aos Romanos.
A liturgia é a celebração do mistério pascal de Cristo. Em volta desse núcleo fundamental de nossa fé, celebramos, no Ano Litúrgico a Encarnação e a Natividade até a Ascensão, o dia de Pentecostes e a expectativa da feliz esperança de sua volta gloriosa. Assim, Ele, o Senhor do Universo e dos Povos, Jesus, nos propõe um caminho espiritual, ou seja, a vivência da graça própria de cada aspecto do Mistério de Cristo, presente e operante nas diversas festas e nos diversos tempos litúrgicos, e aperfeiçoa a formação de todos os batizados.
De tal modo, o Ano Litúrgico que vamos concluir neste Domingo, 23 de novembro, e novo Ano Litúrgico, dia 30 de novembro, 1º Domingo do Advento, é um programa de mistagogia eclesial – tempo catequético em torno do Mistério de Cristo, pleno de ações simbólico-rituais, com canto, música, sonoridade, silêncio, gesto corporal, cores, perfumes, alternância de sombras e luzes. Em síntese, pelo Ano Litúrgico, os fiéis fazem a experiência de se configurar ao seu Senhor e dele aprender a viver os “mesmos sentimentos” (Fl 2,5). Pois, submergindo-nos no Mistério Pascal, as ações litúrgicas transformam toda a nossa vida, conformando-nos cada vez mais a Jesus Cristo, nosso Redentor.
O Ano Litúrgico não apenas recorda as ações de Jesus Cristo, nem somente renova a lembrança das ações passadas, mas sua celebração tem força sacramental e especial eficácia para alimentar a vida cristã. Portanto, é para nós a possibilidade de crescer na consciência do mistério de Cristo, mergulhando a nossa vida no Mistério de sua Páscoa, à espera do seu retorno.
Ritos que se repetem, sem cansar-nos!
Como a vida, a liturgia da Igreja Católica, segue um ritmo que garante a repetição, característica da ação memorial. Repetindo, a Igreja guarda a sua identidade. Para fazer memória do Mistério, a liturgia se utiliza de três ritmos, diferentes: o ritmo diário, alternado manhã e tarde, dia e noite, luz e treva; o ritmo semanal, alternando trabalho e descanso, ação e celebração; o ritmo anual, alternando o ciclo das estações e a sucessão dos anos. Com isso, nas diferentes etapas da vida, somos conduzidos para uma repetida experiência da Páscoa.
Dia Nacional dos Cristãos Leigos e Leigas
Na solenidade de Cristo Rei, a Igreja Católico, no Brasil, celebra a vocação e missão dos leigos e leigas, presentes na vida da Igreja, mas, sobretudo, a ação destes extraordinários cristãos, em atividades na sociedade em geral, como testemunhas de Jesus Cristo e do Evangelho na vida concreta de cada dia. O tema de reflexão deste ano é “cristãos leigos e leigas: Sinais de Esperança no Mundo”. O tema é um convite a uma profunda reflexão sobre o protagonismo do laicato no aperfeiçoamento da ordem temporal, a missão privilegiada de ser protagonistas de transformação, atuando de forma concreta no cuidado com a vida, com os pobres e com toda a Criação. O Dia Nacional dos Cristãos Leigos/as tem como referência o Documento 105 da CNBB – “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade: sal da terra e luz do mundo” e reafirma o compromisso do laicato com a construção de uma Igreja em saída, servidora e transformadora. Uma bênção aos leigos da Diocese de Palmas-Francisco Beltrão.
