Impactos da Mudança Climática nos Recursos Hídricos
O Dia Mundial da Água é comemorado em 22 de março e tem por objetivo conscientizar as pessoas a respeito da importância da água e da sua preservação.
Por Ivonete T. T. Plein
Diante das mudanças climáticas do planeta Terra, se faz necessário observar as mudanças já perceptíveis no sistema hídrico brasileiro e mundial. “No contexto dos recursos hídricos, a mudança climática está alterando significativamente o ciclo hidrológico, adicionando uma incerteza significativa à disponibilidade hídrica em muitas regiões do planeta” (https://jornadadaagua.ana.gov.br/wp-content/uploads/2024/01/mudancas-climaticas_25012024-compressed-1.pdf).
A UNESCO informa que “O consumo mundial de água aumentou em seis vezes nos últimos cem anos, e continua a crescer de forma constante a uma taxa de cerca de 1% ao ano como resultado do aumento populacional, do desenvolvimento econômico e das mudanças nos padrões de consumo. Aliado a um abastecimento de água cada vez mais irregular e incerto, a mudança climática agravará a situação de regiões que já apresentam escassez de água, e provocará estresse hídrico em regiões onde os recursos hídricos atualmente ainda são abundantes” (https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000372882_por).
O Brasil sofre as consequências das alterações climáticas, interferindo grandemente na capacidade de equilíbrio dos sistemas hídricos. “Mudanças no clima que alterem o regime de chuvas e evaporação no Brasil provocam o aumento da ocorrência de eventos hidrológicos extremos, como inundações e longos períodos de seca. Esses eventos afetam a oferta de água, ameaçando o suprimento de recursos hídricos para todos” (https://jornadadaagua.ana.gov.br/wp-content/uploads/2024/01/mudancas-climaticas_25012024-compressed-1.pdf).
De acordo com ANA (https://www.gov.br/ana/pt-br), entre 2017 a 2020, 15 vezes mais pessoas, foram afetadas pelas secas e estiagens do que pelas cheias. Cerca de 89 milhões de pessoas foram afetadas por secas e estiagens no Brasil. Em 2020, mais de 10 milhões de pessoas foram afetadas por secas e estiagens no Brasil, sendo contabilizados 1.637 eventos neste ano. No entanto, é relevante lembrar que “A desertificação e a seca não são catástrofes naturais, mas processos provocados pelos modos sociais de apropriação da natureza e pelos padrões tecnológicos de exploração dos recursos” (Leff, 2015, p. 303).
De acordo com Nações Unidas Brasil (2022), com base em relatório (UNICEF; WHO, 2019) da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), aproximadamente 30% da população mundial não tem acesso à água potável em casa e em torno de 60% carecem de saneamento seguro. Entre as principais conclusões do relatório destaca-se: carência de dados sobre a qualidade de serviços de água e saneamento; as crianças dos países afetados por conflitos são as mais afetadas; as áreas rurais são as que menos dispõe de serviços de água potável e saneamento.
Analisando a realidade exposta pelos relatórios ambientais, torna-se clara a preocupação com a falta de água potável na maioria dos lugares, sendo uma das principais, se não a principal, preocupação atual para garantir a sobrevivência da humanidade na Terra.
Ivonete T. T. Plein
Técnica em Assuntos Educacionais – UTFPR – FB
Doutoranda em Geografia – UNIOESTE – FB
E-mail: ittp20@gmail.com
Currículo: http://lattes.cnpq.br/5475663157110517