JEJUM OU DIETA DE RESTRIÇÃO DE CALORIAS?
O QUE É MELHOR?
Com o intuito de perder peso, muitas pessoas recorrem ao chamado jejum intermitente, que como o nome diz, é uma estratégia em que o adepto a essa alimentação intercala períodos de jejum, consumindo apenas líquidos como água e chás, com períodos de consumo alimentar livre ao longo do dia.
Mas será que ele traz resultados tão objetivos quanto os de uma dieta hipocalórica tradicional? Um estudo publicado pelo periódico Clinical Nutrition avaliou os efeitos a curto prazo do jejum intermitente e da alimentação hipocalórica tradicional no corpo.
Para isso, os pesquisadores recrutaram voluntários entre 35 e 75 anos que possuíam elevada circunferência da cintura, relacionada a alto risco cardiometabólico. Após a coleta de dados, eles foram divididos em dois grupos, um orientado a seguir padrões de dieta tradicionais com restrição energética sete dias da semana e outro que também deveria seguir a dieta tradicional, mas em dois dias da semana realizavam o jejum intermitente, no final de sete dias, ambos os grupos consumiam a mesma quantia de calorias e de nutrientes.
O método mais tradicional utilizado por quem quer emagrecer é a restrição calórica, ou seja, a pessoa diminui a quantidade de calorias em relação ao que ela ingeria e/ou que precisa segundo a gasto energético.
Para bons resultados, essa restrição calórica deve durar alguns dias, semanas e até meses e por isso é chamada de déficit energético crônico.
O jejum é definido como a abstinência voluntária de alguns ou todos os alimentos e bebidas por razões terapêuticas, espirituais ou políticas. Recentemente, pesquisas em modelos animais e humanos buscam descobrir as potenciais respostas fisiológicas promotoras da saúde ao jejum, incluindo modulação hormonal, redução do estresse oxidativo e da inflamação e aumento da resistência ao estresse, da lipólise e da autofagia.
Existem diversos métodos de jejum e os mais comuns são 16/8, o qual envolve jejuns diários de cerca de 16 horas. A dieta 5/2, quando você come normalmente em cinco dias da semana e restringe sua ingestão calórica durante dois dias da semana ou o jejum de 24 horas uma ou duas vezes por semana.
Como resultado da pesquisa, ambos os grupos tiveram uma redução significativa de peso (-2,6% no grupo do jejum intermitente e -2,9 % entre os que seguiram dieta hipocalórica tradicional). Além disso, diminuições na circunferência de cintura, no Índice de Massa Corpórea (IMC), na porcentagem de gordura corporal e na ingestão energética foram observadas nos dois grupos, mostrando que não há superioridade de uma estratégia nutricional sobre a outra.
Os autores concluíram que tanto a dieta hipocalórica tradicional quanto a intermitente, ambas em curto prazo, são comparáveis em relação aos seus efeitos quanto no peso ou na perca de medidas. Mas vale ressaltar que qualquer mudança alimentar deve ser indicada e acompanhada por um nutricionista.