Comunicação

Leilão de anúncios

                A cada dia que passa, a tecnologia toma conta. O mundo está cada vez mais dominado por duas palavras: inteligência artificial. Aliás, isso me lembra um livro muito bom que li algum tempo atrás chamado “Dominados pelos Números”, onde se falava – entre outras coisas – exatamente sobre o principal ponto disso tudo, que são os algoritmos – aqueles que, através de códigos e programação, substituem em máxima velocidade o trabalho humano. Porém, claro, sem jamais ter o mesmo nível de sensibilidade que só os humanos tem – e já falamos sobre isso antes. 

                O universo da comunicação e, mais especificamente, da publicidade, também precisou absorver tudo que pode dessa tendência, ainda mais pelo fato de precisar ser cada vez mais estratégico e minucioso para conseguir atrair a atenção personalizada de um público cada vez mais disperso com tanto bombardeio de informações de todos os lados e sobre os mais diversos assuntos.

                Pensando nisso, está em alta por aí uma nova ferramenta de anúncios chamada de “mídia programática”. Eu estou achando sensacional, uma verdadeira revolução na forma de se comunicar com a audiência, direcionando e engajando cada vez mais. Como funciona? Bom, a compra de mídia é feita diretamente via software, em um leilão em tempo real, sem contato com proprietários de sites ou coisa do tipo. Tudo isso com dados sobre o perfil do usuário e momento na jornada de compra.

                Ou seja, assim surge a possibilidade de definir um padrão de público que se deseja atingir e, a partir disso, inicia um leilão entre todos os sites que se encaixam dentro desse perfil. Quem oferecer uma melhor vantagem em exibir o anúncio, ganha o jogo e gera mais custo-benefício para o anunciante. Ah, claro, o ponto alto da questão é que todo esse processo acontece quase que instantaneamente, em uma fração mínima de tempo – exatamente na velocidade em que a inteligência artificial trabalha.

                O único lado que pode ser negativo é que não escolhemos especificamente onde o anúncio aparecerá, pois será no site que estiver dentro do perfil traçado e que vencer o leilão. Aliás, ocorreu não muito tempo atrás, um episódio em que uma mídia programática do Governo Federal foi parar em um site não muito querido pelo chefe e seus principais aliados. Quando descobriram, foi melhor “cancelar esse negócio aí, tá ok?”. É, a tecnologia, mesmo com toda a sua complexidade, ainda pode trazer desconfortos em alguns casos de sua relação com os humanos.

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