Lula livre – para a eleição.
A notícia do dia – ou talvez de toda a semana – já chegou na segunda-feira. O ex-presidente Lula obteve novamente seus direitos políticos após a anulação de suas condenações por parte do ministro Fachin.
Acho que pouquíssima gente esperava que isso fosse acontecer, ainda mais por parte de Fachin, talvez um dos ministros mais coerentes do STF. Motivos e explicações para essa decisão instantânea? Estão surgindo várias. Inclusive uma possível salvação para Sérgio Moro e a lava jato. Que seja. Eu, particularmente, torço muito por um bom futuro para Moro. Principalmente porque, ao que dizem os relatos, ele também é torcedor do nosso amado Athletico.
Mas o que vem ao caso aqui é que tudo isso já começa a influenciar – e muito – no processo eleitoral de 2022. 2022 que, aliás, já está aí. E parecia tão distante… mas o tempo é assim mesmo.
Agora, o fato de Lula disputar ou não as próximas eleições – tendo como adversário, obviamente, o presidente Bolsonaro – ainda não está definido, apesar de ser o mais natural na teoria. Mas, acredito eu, que ninguém tomará decisões só com base na emoção – como alguns acham que Fachin fez. Para uma definição eleitoral, todas as análises estratégicas, conjunturas e possibilidades serão levadas em conta. E agora, mais do que nunca, já está se tornando cada vez mais possível vislumbrar o cenário.
Por exemplo: ainda no início desta semana, antes de todo esse episódio citado acontecer, estava lendo uma análise do professor Marcelo Vitorino – um dos meus principais guias no terreno estratégico e digital. O levantamento citava um teste de potencial de votos dos possíveis candidatos. Lula, para surpresa de alguns, liderava nesse quesito. Eu, sendo sincero, não me surpreendo em nada, visto o grau de popularidade e as turbulências atuais de seu principal adversário. Normal, para esse momento. A diferença é que agora ele pode realmente voltar ao páreo de forma oficial. E tudo isso, sem dúvidas, mexe com a cabeça do eleitor.
Ah! Por fim, e não menos importante, mais algumas informações relevantes dessa mesma análise: Huck mais rejeitado do que o imaginado, Haddad (por si só) ainda desconhecido do grande público e a necessidade de “brigar” pela parcela de evangélicos que hoje migraram para Bolsonaro – muito por conta das histórias de “kit gay” e afins – além da exigência de chegar até os rincões brasileiros mais afastados, naquelas pessoas que foram pouco atendidas tanto por um tipo de governo quanto pelo outro. Ou seja, aquela velha tática de se dedicar apenas para as maiores densidades demográficas não irá mais resolver a vida de ninguém.