Psicologia

Maternidade por adoção

No dia 25 de maio comemora-se o dia nacional da adoção, não vou tentar aqui homenagear nem fomentar a grande romantização que envolve a maternidade, em especial a por adoção. Nem pretendo sanar as dúvidas e folclore que envolve a adoção em si.

Pretendo tão somente pontuar algumas idéias idealizadas sobre maternidade adotiva e biológica e refletir sobre os pontos mais controversos deste caminho.

Não quero dizer que a maternidade seja indesejável: ela é linda, poética e desafiadora. Mas a romantização exacerbada da maternidade, também violenta: tanto mães biológicas quanto adotivas; e mesmo aquelas mulheres que não escolhem este caminho, o de ter filhos. Nenhuma mulher precisa ser uma supermãe: nós somos humanas, nós falhamos e nós definitivamente temos esse direito, inclusive não desejar ser mães. E é chegada a hora de o mundo aceitar isso.

Quando a maternidade biológica ocorre naturalmente e por desejo, tanto melhor, mas, aquelas mulheres que optam ou não conseguem seguir o mesmo caminho, sofrem grande violência por parte da família e de grande parte da sociedade, sendo pressionada a “gerar filhos”. Nos casos em que a gravidez biológica não se aplica, adotar é dar a oportunidade de se ter um lar, ter família, com todos os vínculos próprios da filiação, abrindo horizontes e dando a oportunidade de vislumbrar o futuro.

A adoção é segunda chance para a criança e a realização de mulheres que escolheram ser mães, em situações inimagináveis, mas que acrescentaram em suas vidas e se tornaram pessoas melhores. E o amor é tão incondicional quanto.

A adoção é um tipo de filiação tão legítima quanto a biológica e com os mesmos riscos envolvendo a criança, pois a gestação biológica também envolve riscos, com a diferença que quando você entra no cadastro de Adotantes, não é possível precisar qual tamanho seu filho nascerá, mas ele nascerá para você na hora certa. Todo parto tem um “tempo” de acontecer. Do ponto de vista biológico a mulher gestou aquele bebê por 9 meses, aproximadamente. Este tempo, além de biologicamente necessário, também o é afetivamente. Entre o sonhado “positivo” e a realidade de um bebê que chora sabe-se lá por que há nove meses de espera e preparação diuturna.

O preparo para receber os filhos adotivos é igualmente necessário e influenciará diretamente no sucesso da adoção.

Para maiores informações entre em contato com o Grupo de Apoio a Adoção de Francisco Beltrão, através do Facebook oficial: https://www.facebook.com/grupodeiapoio

A força da maternidade é maior que as leis da natureza.

Barbara Kingsolver

Francieli Franzoni Melati

Francieli Franzoni Melati Psicóloga – CRP 08/9543 Francisco Beltrão - PR