MENTES DEMENTES
(Um poema de Claudemir M Moreira)
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Os raios do sol da inverdade
que percorrem o céu,
queimam o céu da boca.
E a chuva ardilosa
que molha seus sentidos,
sequer faz muito sentido.
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Para a lavoura, gafanhotos;
para o seu prato, oferecem moscas…
Há formigas em seu doce,
ou há traças, em suas roupas.
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Nas calçadas da inconsciência,
ambiguidade é igual merda de cachorro;
pisar, ou dá raiva, ou dá nojo…
são sentimentos adnatos…
ou são chicletes
que em sol quente
grudam nas solas dos sapatos.
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Há sempre um grito que invade seus ouvidos,
tipo lágrimas de olhos de vidro…
ou pichações em paredes de cemitérios.
Às vezes, um gesto que exprime sentimentos;
e de uma vida inteira, só mistérios.
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Acorde, ó sobriedade!
Insensata sanidade!
Levante, ó alma doente!
Quando manicômios se fazem cidade,
fantasmas fazem ranger os dentes.
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Inconsciência é como faróis
que por vezes cegam…
Os fanáticos sempre nos cercam!
Algumas correntes, ninguém arrasta…
e alguns falsos juízos…
fazem das mentes cegas,
dementes…
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