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O meio ambiente do Sudoeste pede socorro!

O Século XXI ou será ecológico ou simplesmente não será. “Quando a ‘ecologia humana’ é respeitada dentro da sociedade, beneficia também a ecologia ambiental” (Papa Bento XVI). “Renovo meu apelo urgente a responder à crise ecológica. O grito da
Terra…não pode mais esperar. Quando os seres humanos destroem a biodiversidade na criação de Deus, quando os seres humanos comprometem a integridade da terra e contribuem para as mudanças climáticas, desnudando a terra de suas florestas naturais ou destruindo as suas zonas úmidas, quando os seres humanos contaminam as águas, o solo, o ar, tudo isso é pecado. Porque um crime contra a natureza é um crime contra nós mesmos e um pecado contra Deus” escreveu o Papa Francisco, na Laudato Sí (LS) nº 8, em 2015, quando da publicação deste magnífico documento sobre a louvação à criação em todas as suas dimensões.
Novos estilos de vida na opinião do bispo de Roma
Os graves problemas ecológicos exigem uma efetiva mudança de mentalidade que induza a adotar novos estilos de vida nos quais a busca do verdadeiro, do belo e do bom, e a comunhão com os outros homens, em ordem ao crescimento comum, sejam os elementos que determinam as opções do consumo, da poupança e do investimento. Tais estilos de vida devem ser inspirados na sobriedade, na temperança, na autodisciplina, no plano pessoal e social. É necessário sair da lógica do mero consumo e promover formas de produção agrícola e industrial que respeitem a ordem da criação e satisfaçam as necessidades primárias de todos. Uma semelhante atitude, favorecida por uma renovada consciência da interdependência que une todos os habitantes da terra, concorre para eliminar diversas causas de desastres ecológicos e garante uma tempestiva capacidade de resposta quando tais desastres atingem povos e territórios. A questão ecológica não deve ser abordada somente pelas aterrorizantes perspectivas que o degrado ambiental perfila: esta deve traduzir-se,
sobretudo, em uma forte motivação para uma autêntica solidariedade de dimensão universal (cf. LS n. 486).
A atitude que deve caracterizar o homem perante a criação é essencialmente a da gratidão e do reconhecimento: de fato, o mundo nos reconduz ao mistério de Deus que o criou e o sustém. Se se coloca entre parênteses a relação com Deus, esvazia-se a natureza do seu significado profundo, depauperando-a. Se, ao contrário, se chega a descobrir a natureza na sua dimensão de criatura, é possível estabelecer com ela uma relação comunicativa, colher o seu significado evocativo e simbólico, penetrar assim no horizonte do mistério, franqueando ao homem a abertura para Deus, Criador dos céus e da terra (cf. LS n. 487).
Preocupações de muitos!
Estas contribuições do Papa Francisco recolhem a reflexão de inúmeros cientistas, filósofos, teólogos e organizações sociais que enriqueceram o pensamento da Igreja sobre estas questões do meio ambiente e o descaso com as consequências funestas que isso acarreta num período muito curto. Mas não podemos ignorar que, também fora da Igreja Católica, noutras Igrejas e comunidades cristãs se tem desenvolvido uma profunda preocupação e uma reflexão valiosa sobre estes temas que a todos nos estão a peito.

Tenho lido e ouvido pessoas de extraordinária sabedoria que estão dizendo e escrevendo sobre a devastação que vem sendo causada nas novas lavouras deste abençoado Sudoeste do Paraná. Tenho escutado que os desmontes dos elevados e aterros de fontes d’agua, córregos e sangas se justificam pela necessidade da produção de alimentos, caso contrário teríamos pessoas passando fome! Pasmem! Isso beira ao absurdo! No mundo não faltam alimentos. O que falta é partilha equitativa. Isso dá o que pensar! E, pensar dói! Enfim, pensemos juntos para salvar a irmã terra, e que esta não seja negociada por ideologias de produtividades irracionais, desprovidas de inteligência e acompanhamentos técnicos sobre o que significa devastar morros e florestas.
Dom Edgar Xavier Ertl – Bispo da Diocese de Palmas-Francisco Beltrão-PR

Dom Edgar Ertl

DOM EDGAR ERTL Bispo Diocesano

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