O MUNDO CLAMA POR PAZ
CLAMAR PELA PAZ E PEDIR AOS GOVERNANTES QUE SE SENSIBILIZEM PELO VALOR DA PAZ É TAREFA DE TODOS
A guerra na Ucrânia se arrasta a mais de 50 dias, com danos materiais e de vidas humanas civis que chocam a todos, tendo em vista que a população é a maior vítima da guerra. As negociações entre os diplomatas da Ucrânia e da Rússia não têm surtido o efeito esperado. Milhões de refugiados buscam acolhida em outros países, especialmente na Polônia. A pergunta que muitos se fazem é: a guerra é o meio mais eficaz, no século 21, para a solução de conflitos entre duas nações? Por maiores que sejam os interesses em jogo, a vida humana pode ficar tão vulnerável á violência da guerra? Os apelos pelo fim da guerra vêm crescendo, de autoridades civis e religiosas, do mundo todo.
A Conferência das Igrejas Europeias (que agrega mais de 100 igrejas protestantes, ortodoxas e anglicanas da Europa) e a Comissão dos Bispos Católicos Europeus encaminharam uma carta aos presidentes da Rússia e da Ucrânia, em 11 de abril de 2022, clamando por um cessar-fogo pascal na Ucrânia, da meia-noite de 17 de abril à meia-noite de 24 de abril (o segundo mês da invasão na Ucrânia), para “celebrarem a Páscoa em paz e dignidade”. E acrescentaram, no texto da carta: “Tal trégua também seria útil a todos os cidadãos de ambos os seus países, dando-lhes uma trégua da preocupante incerteza sobre a vida dos seus entes queridos, que estão combatendo nos conflitos ou que são afetados por eles”. O pedido foi feito pouco depois do apelo do Papa Francisco, nesse sentido, em 10 de abril, dizendo: “Abaixem as armas! Que inicie uma trégua pascal. Mas não para rearmar e retomar os combates, mas uma trégua para alcançar a paz por meio de uma verdadeira negociação aberta a qualquer sacrifício pelo bem do povo”. Mas não apenas no período da Páscoa, mas que as autoridades dos dois países beligerantes encontrem os meios para evitar mais derramamento de inocentes, em meio às violências cometidas durante a guerra. É preciso que soluções menos danosas sejam encontradas, para evitar o sofrimento da população civil, especialmente crianças e idosos. Todos sofrem com a guerra, ninguém sai ganhando. Este é o sentimento geral de todos, que buscam o cessar-fogo imediato. Mesmo com as sanções econômicas sofridas, a Rússia não parece estar disposta a cessar os ataques. Há quem critique também a postura do presidente da Ucrânia, de ter favorecido os interesses dos Estados Unidos e demais países que compõem a OTAN. O fato é que os interesses em jogo superam o bom senso. Mais uma vez a ONU parece estar impotente quanto ao seu papel institucional de evitar os conflitos no mundo. Muitos temem que os desdobramentos da guerra possam envolver algum outro país. Seria preciso o cessar-fogo para que os dois países saíssem do impasse, com o menor dano possível em vidas humanas.
Ainda segundo o Papa Francisco “A guerra jamais é um meio satisfatório para reparar as injustiças. A guerra mergulha os povos em uma espiral de violência, que se torna depois incontrolável, destrói o trabalho de gerações e abre o caminho para injustiças e conflitos piores”. Recentemente também o papa consagrou a Ucrânia e a Rússia ao Imaculado Coração de Maria, e tantas outras iniciativas têm sido tomadas para viabilizar o cessar-fogo. Temos que, portanto, somar esforços nesse sentido, em oração e em ação, para que a paz seja possível, o quanto antes, para o bem de todos.
Valmor Bolan é Doutor em Sociologia. Professor da Unisa. Ex-reitor e Dirigente (hoje membro honorário) do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras. Pós-graduado (em Gestão Universitária pela OUI-Organização Universitária Interamericana) com sede em Montreal-Canadá.