O que é mais difícil? Exercício ou dieta?
O hábito de traçar metas de um ano para o outro vem dos babilônios há 4 mil anos atrás. Desde então temos o costume de planejar para janeiro do próximo ano metas para, dieta, exercício, vontade de emagrecer e ser mais saudável.
A tendência se confirmou na última virada, ainda mais por conta do convívio com uma pandemia que nos levou a meses de isolamento em casa. Para uma parcela significativa de pessoas, isso significou comida de mais e suor de menos. Uma pesquisa online com mais de 1400 brasileiros indicou que 23% dos entrevistados ganharam peso durante a pandemia.
Em 2020, ficou claro que precisamos cuidar da saúde e isso tem relação com a prática de exercícios e a alimentação. Mas será que, entre esses dois hábitos, há um que traga resultados mais significativos na busca pelo peso ideal e mereça maior investimento, pelo menos em um primeiro momento?
O departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem) aponta que 87% dos brasileiros não comem a quantidade adequada de frutas e hortaliças, ícones da dieta balanceada e 40% dos adultos são considerados sedentários em nosso país.
Em linhas gerais, o processo de emagrecimento depende de um saldo energético negativo no fim do dia. Isto é, precisamos gastar mais calorias do que consumimos. Atingir esse balanço alterando somente a alimentação pode ser realmente mais fácil à primeira vista, mas está longe de ser o melhor caminho, até porque, na ânsia de ver um resultado acelerado, o corte calórico costuma ser feito sem critério, com base em dietas da moda, que normalmente vão de exclusão de carboidratos, jejum, entre outros.
Esses cardápios radicais levam à perda de peso, mas não necessariamente ao emagrecimento. Quando há radicalismo na alimentação, o peso que vai embora, na maioria das vezes, é decorrente da eliminação de água e massa magra, os famosos músculos e reservas de nutrientes, e não gordura.
Os padrões rígidos de dieta não se sustentam a longo prazo, o que faz o corpo querer uma compensação, não só recuperar o peso perdido, mas ganhar ainda mais do que antes.
Se a sua decisão de modificar a alimentação passa por reduzir o consumo de produtos ultraprocessados, cheios de gordura, açúcar, sal e diferentes aditivos e incluir mais frutas, verduras, legumes e outros ingredientes naturais ou minimamente processados na rotina, tanto melhor. Mas o desafio é seguir com os novos hábitos de maneira eficiente e prolongada. Isso também exige adaptação e aprendizado.
O segredo é contar com orientação especializada. Um plano completo com foco nos hábitos possíveis de serem mantidos ao longo da vida. Mesmo em um cenário alimentar equilibrado, e que induza à perda de peso sem dramas e déficits nutricionais, a prática de atividade física não perde seu lugar. Com a dieta, ocorre a quebra da gordura localizada no tecido adiposo, mas não basta só tirá-la dali, temos que gastá-la para que efetivamente saia do corpo. E quem faz isso é o exercício.
Mas e se eu quiser só fazer exercícios? Ao caminhar na esteira, pedalar na bicicleta ergométrica ou treinar com aqueles relógios inteligentes, dá para perceber que a queima calórica derivada do exercício físico é modesta. Às vezes, uma paçoquinha já traz de volta as calorias perdidas. Se a intenção é emagrecer, prepare-se para ter uma constância, adicionar os exercícios à rotina e continuar comendo da mesma maneira de sempre, sem aumentar a ingestão de itens calóricos, até conseguir perder peso, mas lembre-se da regra de gastar mais do que consumir.
O ideal é aliar a alimentação equilibrada e a prática de exercícios, esses são os dois grandes pilares do emagrecimento de sucesso e saudável.