Educação

O QUE SERÁ DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA?

A Educação está ainda em suspense no atual governo. Não se acertou, até o momento, a escolha de um Ministro capaz de enfrentar os complexos desafios da atualidade. Duas escolhas em um ano e meio, e a impressão que se tem é de que se perdeu tempo. O Fundeb, por exemplo, tem validade até dezembro desse ano. Depois da saída de Abraham Weintraub, dois nomes já foram defenestrados. O primeiro: Carlos Alberto Decotelli sofreu um desgaste enorme depois que ficou confirmado de que havia mentido em dados do seu currículo. Algo realmente impensável. Não apenas teve questionado o seu doutorado e pós-doutorado, como também teve a acusação de plágio em sua tese de mestrado, ficando insustentável a sua posição no cargo. Em seguida, foi cotado o Secretário da Educação Renato Feder, que foi imediatamente atacado pela base evangélica e olavista, declinando ele do convite que já havia sido feito pelo presidente. 

Precisamos entender o quanto é importante esse Ministério, não apenas por ser um dos maiores orçamentos, mas porque o futuro do País passa pelas mãos do novo ministro Milton Ribeiro, com uma proposta de trabalho que propicie as melhorias que precisamos no setor educacional. Daí a dificuldade que o presidente teve para escolher alguém que não sofra pressão interna (dos olavistas, dos militares, dos evangélicos), e que tenha capacidade de dialogar com o Congresso Nacional, na formulação de políticas públicas e nos encaminhamentos que se fazem necessários para solucionar os problemas da pasta, sobretudo em cooperação com os secretários de Educação dos Estados e Municípios. Se vai funcionar ou não o novo ministro, sem experiência nesse nível de gestão pública, vai depender da equipe que irá escolher. Se escolher técnicos competentes e experientes o Brasil ganhará. Se escolher ideólogos e ‘pregadores’ de doutrinas inspiradas em Olavo de Carvalho o Brasil pagará caro nos anos vindouros. Há muitos desafios, a começar por dotar o País de uma infra-estrutura adequada para a realidade que se impõe, no século 21, aonde as ferramentas digitais serão cada vez mais utilizadas no processo ensino-aprendizagem. Aliar, portanto, uma visão plural da realidade cultural com tecnologias de ponta, será um dos grandes  desafios do próximo gestor.

Esperamos que a gestão seja menos ideologizada, e mais dialogal e técnica, para que possamos encontrar os melhores meios para alavancar iniciativas promissoras. A educação brasileira precisa alcançar uma melhor posição no PISA, formar e remunerar  melhor nossos professores, investir na educação básica, garantir que todos tenham acesso a uma educação de qualidade. Esperamos que a escolha seja acertada e que possa o próximo Ministro trabalhar pelo bem do Brasil. 

Valmor Bolan é Doutor em Sociologia. Professor da Unisa. Ex-reitor e Dirigente (hoje membro honorário) do Conselho de Reitores das  Universidades Brasileiras. Pós-graduado (em Gestão Universitária pela OUI-Organização Universitária Interamericana) com sede em Montreal-Canadá.

Valmor Bolan

Valmor Bolan é Doutor em Sociologia. Professor da Unisa. Ex-reitor e Dirigente (hoje membro honorário) do Conselho de Reitores das  Universidades Brasileiras. Pós-graduado (em Gestão Universitária pela OUI-Organização Universitária Interamericana) com sede em Montreal-Canadá.