Religiões

O Significado Bíblico da Páscoa

Vamos examinar nesta palavra três pontos da máxima importância: O que significa páscoa, em que dia era comemorada pelos judeus e os desvios ocorridos na história acerca desse assunto.  A questão do dia de sua comemoração foi o motivo do primeiro grande cisma na Igreja Católica, quando Victor 1º bispo de Roma, mudou a data da Páscoa do dia 14 de Nisã, para um domingo. As Igrejas do Oriente não acataram essa mudança e a partir daí desencadeou-se o processo que culminou com a divisão das Igrejas Católicas do Ocidente e do Oriente, a Romana e a Ortodoxa.

A igreja Católica Romana, inclusive muitos evangélicos ainda um tanto romanistas, ensinam que a Páscoa é num domingo e comemora a ressurreição de Jesus, mas nisto cometem dois erros doutrinários. O primeiro é que a Páscoa estabelecida por Deus no Velho Testamento devia ser comemorada no dia 14 de Nisã (março/abril), sem se importar com o dia da semana, e isto é muito importante porque a Páscoa era uma figura de Jesus e Seu sacrifício. Basta prestar atenção na data da morte de Jesus para entender o décimo quarto dia de Nisã. O segundo erro é que domingo foi o dia da Ressurreição de Jesus e não de sua morte, que era para onde apontava a Páscoa de Êxodo 12.

A Páscoa não comemora a ressurreição, logo o dia da Páscoa não pode ser o mesmo da ressurreição. Páscoa é morte e fala do dia da morte de Jesus.

Pelos textos sagrados da Bíblia, a Páscoa de hoje não tem nada da Páscoa do Velho Testamento e infelizmente também não tem nada do que a Bíblia diz sobre o que ou quem ela representa hoje.

O cordeiro pascal sacrificado no Egito e cujo sangue foi aspergido nos batentes das portas de cada família hebreia apontava para Jesus, “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Êxodo 12). Essa comemoração deveria ocorrer entre os hebreus a cada ano, como estatuto perpétuo (Êxodo 12:17).

Jesus, comemorando a saída gloriosa do Egito, também comeu a Páscoa com seus discípulos, e na última vez que a celebrou, instituiu a chamada Ceia do Senhor. Quando ceavam, tomou o pão e disse: “Comei dele todos porque isto é o meu corpo, e em seguida, pegando uma taça de vinho, disse: bebei dele todos, pois isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado por muitos para remissão de pecados” Mateus 26.28. É muito importante destacar que Jesus, ao ministrar o pão e o vinho (e este não era ingrediente da Páscoa), disse aos discípulos: “Façam isto sempre que o beberem em minha memória” (Lucas 22:19; 1ª. Coríntios 11:24, 25, Mateus 26:26, 27).

Fica evidente, especialmente à luz dos textos de Lucas e Paulo aos Coríntios, que Jesus instituiu a Ceia do Senhor em substituição à Páscoa. Esta era celebrada em memória da saída e libertação do jugo do Egito, enquanto a Ceia deve ser celebrada em memória da libertação de todo jugo do pecado e suas consequências, pelo precioso Sangue de Jesus, Cordeiro Pascal de todos aqueles que estão em Cristo.

 É bom frisar que a afirmação de que a Páscoa comemora a ressurreição de Jesus é uma heresia, pois o próprio Jesus é o nosso Cordeiro Pascal e no domingo deve-se comemorar a Ressurreição, mas nunca sua morte e muito menos as duas coisas. Comemorar morte e ressurreição no mesmo dia é erro grave, e se comemora a Ressurreição não é páscoa, pois o que a páscoa anunciava cumpriu-se em Jesus, daí Ele ter dado pão e vinho aos discípulos dizendo: “Isto é o meu corpo…façam isto de agora em diante em minha memória”. O ensino e significado da Páscoa desviaram-se de tal maneira do rumo das Escrituras de modo a mudar de cordeiro para coelho, de coelho para ovo, e de ervas amargosas para chocolate. De modo que a Páscoa como hoje é celebrada homenageia a doutrina do Ovo Cósmico, por cujo símbolo as grandes religiões orientais, o esoterismo em geral e a maçonaria pregam que tudo faz parte do grande todo, ou seja, que todas as coisas se completam e fazem parte de uma mesma coisa que é chamada de o grande UNO universal.

(Apóstolo Horácio Silveira- Comunidade Batista Betel