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QUARESMA 2020 E A CAMPANHA DA FRATERNIDADE

  Para os cristãos, o tempo da Quaresma nos leva ‘a conversão, suscitando novas atitudes perante o dia-a-dia, cheio de grandes desafios. É preciso que haja uma pausa para reflexão, a partir da qual deixamos a ansiedade de lado e buscamos viver melhor os princípios e valores que dão efetiva sustentação à nossa vida. Para isso é preciso mais escuta, diálogo e paciência, principalmente com que é próximo de nós, a começar pela família. A Quaresma é o período de preparação para a Páscoa, aonde celebramos a vitória da vida sobre a morte e o sofrimento. Os 40 dias de Quaresma lembra também os 40 anos em que o povo hebreu esteve no deserto, e também os 40 dias que Jesus esteve no deserto, jejuando. Daí a Igreja recomenda na Quaresma, a intensificação da oração, do jejum e da esmola, como gesto concreto de solidariedade.

O papa Francisco começa a sua mensagem aos fiéis brasileiros por ocasião da Campanha da Fraternidade, dizendo: “Iniciamos a Quaresma, tempo forte de oração e conversão em que nos preparamos para celebrar o grande mistério da Ressurreição do Senhor. Durante quarenta dias, somos convidados a refletir sobre o significado mais profundo da vida, certos de que somente em Cristo e com Cristo encontramos resposta para o mistério do sofrimento e da morte. Não fomos criados para a morte, mas para a vida e a vida em plenitude, a vida eterna”. 

A Quaresma dá início à Campanha da Fraternidade, que a Conferência Nacional dos Bispos celebra há mais de cinquenta anos, sempre trabalhando um tema social para reflexão e motivação para atitudes em favor da vida. Este ano a CNBB reforça o compromisso da vida, tendo a parábola do Bom Samaritano como referência para a reflexão no período quaresmal. Parábola que nos convida a sair do comodismo e a viver a solidariedade mais concretamente. E acrescenta o papa Francisco: “Estejamos certos de que a superação da globalização da indiferença (cf. Exort. ap. Evangelii gaudium,54) só será possível se nos dispusermos a imitar o Bom Samaritano (cf. Lc 10,25-37). Esta Parábola, que tanto nos inspira a viver melhor o tempo quaresmal, nos indica três atitudes fundamentais: versentir compaixão e cuidar. À semelhança de Deus, que ouve o pedido de socorro dos que sofrem (cf. Sl 34,7), devemos abrir nossos corações e nossas mentes para deixar ressoar em nós o clamor dos irmãos e irmãs necessitados de serem nutridos, vestidos, alojados, visitados (cf. Mt 25, 34-40)”. Vivamos bem este tempo de Quaresma, para a edificação de uma vida mais digna e santa. 

Valmor Bolan

Valmor Bolan é Doutor em Sociologia. Professor da Unisa. Ex-reitor e Dirigente (hoje membro honorário) do Conselho de Reitores das  Universidades Brasileiras. Pós-graduado (em Gestão Universitária pela OUI-Organização Universitária Interamericana) com sede em Montreal-Canadá.