Rei Salomão, referência de governança sábia!

As Eleições Gerais, no dia 2 de outubro de 2022, constituem um dos eventos mais importantes do momento atual no Brasil e trarão implicações para a vida de todos os brasileiros. O País está conturbado, movimentado e agitado, está igualmente, em processo de transformações e, em grande parte, pelas consequências funestas da pandemia, guerras, crises econômicas e políticas, que deixam marcas drásticas nos registros históricos deste nosso Brasil, quase continental. A inquietação e a inconformidade com os rumos nas últimas décadas, podem ser fatores positivos e provocadores das mudanças necessárias que permitam retomar o caminho do bem, da justiça e da verdade, a favor de todos e não de forma sectária e polarizada. Busquemos, uma referência de governança nas Sagradas Páginas, pois estamos no Mês da Bíblia, ouvindo a prece de Salomão, um governante sábio e inteligente.

O jovem Salomão deve suceder seu pai, o Rei Davi. Todavia, um moço sem experiência em governança. Vai ao Santuário, em Gabaon, hoje El-Gib, cerca de 10km de Jerusalém, para pedir ao Senhor o dom da sabedoria diante da missão que lhe foi confiada. E o Senhor, nessa noite, apareceu-lhe em sonho e lhe disse: “Pede-me o que quiseres”.
Salomão respondeu: “Tu fizeste uma grande promessa a teu servo Davi, meu pai, porque agiu de acordo contigo, com lealdade, justiça e retidão de coração, e cumpriste para com ele essa grande promessa, dando-lhe um filho que senta em seu trono: é o que acontece hoje. Pois bem, o Senhor meu Deus, tornaste teu servo sucessor de meu pai Davi: mas eu sou um jovem que não sabe cuidar de si próprio. Teu servo está no meio do povo que escolheste, um povo tão numeroso que não se pode contar nem calcular. Ensina-me a escutar, para que saiba governar teu povo e discernir entre o bem e o mal, se não, quem poderá governar teu povo tão numeroso?” (1 Reis 3,6-9).

O Senhor se agradou do pedido de Salomão!
Disse-lhe, o Senhor: “Por teres pedido isso, e não teres pedido vida longa, nem teres pedido riquezas, nem teres pedido a vida de teus inimigos, mas inteligência para acertar no governo, eu te darei o que pediste: uma mente sábia e prudente, como não houve antes de ti, nem haverá depois de ti. E te darei também o que não pediste: riquezas e fama maiores que as de qualquer rei” (1Reis 3,10-13). Salomão não vai ensinar sabedoria como outros sábios, mas vai rezar para consegui-la e obteve-a. Sabedoria é a capacidade de julgar com retidão.
Julgar é uma das tarefas primárias do rei. Sabedoria é arte de governar. A arte de governar realiza-se em grande parte na arte de julgar com conselho. Para governar, Salomão pede mente dócil, ou seja, a arte de escutar e o discernimento concreto entre o bem e o mal, que é a suprema sabedoria. Portanto, a sabedoria extraordinária de Salomão é um dom de Deus. Pedir, a sabedoria já é sabedoria: e Deus bem o sabe. Salomão é rei pela graça de Deus. Sua missão é governar o povo de Deus, segundo o testamento de seu pai Davi (cf. 1 Reis 2,1-12).
Recomendação paulina aos governantes constituídos!
Na 1ª Carta de Paulo a Timóteo, o Apóstolo recomenda que se façam preces, orações e súplicas e ações de graças por todos os homens; pelos que governam e por todos os que ocupam altos cargos, a fim de que possamos levar uma vida tranquila e serena com toda piedade e dignidade. Depois pondera que em todo lugar os homens façam oração, erguendo mãos santas, sem ira e sem discussões (cf. 1 Timóteo 2,1-2.8). Da parte nossa, eleitores e pessoas de fé, devemos pedir que o Espírito Santo, pelo dom da Sabedoria e Inteligência, ilumine os governantes e legisladores que serão eleitos, para que sirvam à população brasileira com comprometimento, equidade e estejam sempre voltados para o bem integral do ser humano, sobremaneira, dos que ainda são invisíveis e vulneráveis nesta grande Pátria. Porque a finalidade primeira da política é a busca pelo bem comum.

Dom Edgar Xavier Ertl – Diocese de Palmas-Francisco Beltrão