São João Batista, o precursor de Jesus de Nazaré!
Neste domingo, 24 de junho de 2018, celebramos a natividade São João Batista, o precursor de Jesus. É o único santo, além da Mãe de Jesus de Nazaré, de quem se celebra, com o nascimento para o céu, também o nascimento segundo a carne, seu nascimento para este mundo. João significa “Deus fez graça, se compadece, é misericordioso”. Seus pais eram Zacarias que significa “Deus se lembrou” e Isabel cujo significado é “Meu Deus cumpriu”. Diz-nos a tradição que Zacarias e Isabel eram justos e fiéis a Deus. Ambos eram idosos e Isabel, estéril. Deus veio em favor destes idosos e anuncia a Zacarias que Isabel terá um filho. Pois nada é impossível para Deus (cf. Lc 1,37). Zacarias se perturba. Fica medroso. Duvida da Palavra de Deus. Há algo difícil para Deus? Perguntemo-nos! Consequentemente torna-se mudo até o nascimento do filho que recebe o nome de João. Ele terá uma grande missão. Preparar o caminho do Senhor que há de vir.
Foi o maior entre os profetas. Disse Jesus a respeito de João que ele é mais que um profeta: “Eu vos digo que entre os nascidos de mulher ninguém é maior que João (Lc 7,28), porque pôde apontar o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Ao ver que Jesus passava, disse: “Eis o Cordeiro de Deus”. Os dois discípulos ouviram-no falar e seguiram Jesus. João Batista, aquele que aponta a anuncia um Outro e não atrai os outros para si. Prepara os ânimos para que saibam reconhecer Aquele que há de chegar, não se substituindo a ele; esforça-se para sair de cena para que ele cresça no coração dos seus discípulos. “Eu não sou ninguém para soltar-lhe a correia da sandália” (Jo 1,27). João Batista é um mestre que sabe reconhecer o verdadeiro mestre.
Nos sermões de Santo Agostinho encontramos um belo comentário sobre Zacarias e a missão de seu filho João: “O fato de Zacarias recuperar a voz no nascimento de João tem o mesmo significado que o rasgar-se o véu do templo, quando Cristo morreu na cruz. Se João se anunciasse a si mesmo, Zacarias não abriria a boca. Solta-se a língua, porque nasceu aquele que é a voz. Com efeito, quando João já anunciava o Senhor, perguntaram-lhe: ‘Quem és tu?’ (Jo 1,19). E ele respondeu: Sou a voz que clama no deserto (cf. Jo 1,23). João é a voz; o Senhor, porém, no princípio era a Palavra (cf. Jo 1,1). João é a voz no tempo; Cristo é, desde o princípio, a Palavra eterna”.
Sua vocação profética desde o ventre materno reveste-se de acontecimentos extraordinários, repletos de júbilo messiânico, que preparam o nascimento de Jesus. João é o precursor de Cristo pela palavra e pela vida quando fora decapitado pelo Rei Herodes a pedido da filha de Herodíades (cf. Mc 6,17-29). O batismo de penitência que acompanha o anúncio dos últimos tempos é figura do Batismo segundo o Espírito (cf. Mt 3,11). Batizou o próprio autor do Batismo, nas águas assim santificadas e, derramando seu sangue, mereceu dar o perfeito testemunho de Cristo.
A data da festa, três meses após a Anunciação (25 de março) e seis meses antes do Natal (25 de dezembro), corresponde às indicações de Lucas. “Então Maria se levantou e se dirigiu apressadamente à serra, a um povoado da Judeia. Maria ficou com ela (Isabel) três meses, e depois voltou para casa. Quando se completou para Isabel o tempo do parto, deu à luz um filho” (Lc 1, 39.56-57). O nascimento de João, pelas circunstâncias, apresenta-se como acontecimento maravilhoso. Trouxe grande alegria e expectativas. Diz ainda São Lucas que após a notícia do nascimento do Precursor do Senhor “os vizinhos e parentes, ao saber que o Senhor a tratara com tanta misericórdia, congratularam-se com ela” (1,58).
João Batista, filho de Zacarias e Isabel, foi o último do profeta do Antigo Testamento. Foi ele que disse o que repetimos em cada Eucaristia: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!” Pregou a penitência e a conversão para acolher o Salvador. Pede-nos João: “Mudem de vida, porque o Messias ja chegou, isto é, convertam-se”. Também somos chamados a seguir seus passos, reconhecendo que Jesus é o Cordeiro quer tira o pecado do mundo, nosso pecado. Ele nos deu sua própria vida e sem Ele, não há salvação.