Tão próximos do Natal!
Estamos há poucos dias para celebrar o Natal, o nascimento do Menino Jesus. E com Ele, nossa esperança na vida nova que vem do menino de Belém. Neste contexto, a liturgia deste 4º Domingo do Advento, 19 de dezembro, nos convida a estarmos abertos a ação de Deus, a exemplo de Maria e Isabel e assim fazer a vontade do Pai como escreveu o autor da carta aos Hebreus: “Estamos aqui para fazer a tua vontade”. Como Isabel, também nós nos perguntamos: “Como posso merecer que… meu Senhor me venha visitar?” Deus vem morar entre os empobrecidos dando-lhes o dom da sua Presença santificadora.
Duas mães, duas crianças e a alegria do encontro!
O Evangelho de Lucas é caracterizado como o Evangelho da oração, da misericórdia, da alegria, dos pobres e das mulheres, seguidoras e discípulas de Jesus de Nazaré. No Evangelho deste domingo (cf. Lc 1,39-45), temos o grande encontro de duas mulheres e de duas crianças que mudaram a história da humanidade. Percebemos claramente que é o Evangelho dos pobres, pois são os pobres que acolhem a salvação que vem de Deus. Lucas quer, com esse texto, fazer uma releitura do mistério pascal de Cristo (paixão, morte e ressurreição) para iluminar a vida das primeiras comunidades cristãs. Deste modo, os primeiros cristãos acolhem a grande notícia da salvação que vem dos pobres.
Maria parte para a Judeia e vai até a casa de Zacarias e Isabel. Nesta casa humilde dá-se o encontro de duas mães agraciadas pelo dom da fecundidade, obra do Espírito Santo de Deus, Maria e Isabel, dá-se o encontro entre famílias solidárias. Maria era jovem e não teve contato com homem algum; Isabel, além de idosa, era estéril, o que para a época era sinal de maldição divina. Lucas diz-nos que nesta ocasião da visita deu-se o encontro de duas crianças, João Batista, o Precursor, aquele que anuncia a vinda do Messias, e o Próprio Salvador, Cristo Jesus. Com isso, esta cena evidencia a ação da Trindade Santa na vida dos mais simples e abertos a ação de Deus. Maria e Isabel, tornaram-se, desde então, ícones da acolhida das promessas divinas.
O espanto de Isabel, “Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar” recorda a expressão do Rei Davi quando ele diz: “Como virá a arca de Javé para ficar em minha casa”. Com isso, Maria é denominada a Arca da Nova Aliança, por ser a mãe do Salvador, o Santo de Deus. O júbilo de João Batista no ventre de Isabel é a alegria do povo pela vinda do Messias. E o elogio de Isabel à Maria vai além da maternidade física. Maria é bem aventurada, feliz, porque acreditou que as promessas do Senhor iriam se cumprir. Por fim, é importante que recordemos o significado dos nomes dos personagens deste texto: Jesus – Deus Salva; João – Deus é misericórdia; Zacarias – Deus se lembrou; Isabel – Deus é plenitude; Maria – a amada. Em síntese, os pobres proclamam a salvação que vem de Deus. Este Deus que se lembra dos pobres e com eles vem morar. Assim, o Antigo Testamento vê em Maria a nova humanidade redimida, a nova Arca da Aliança, o lugar privilegiado onde se experimenta a presença de Deus.
Advento, tempo de “sabatina”
Como foi sua caminhada de fé durante este Advento de 2021, mesmo que ainda com algumas sequelas da pandemia da Covid-19? Quais foram as novidades, expectativas e esperanças? Quais foram as alegrias, sentimentos bons e esperanças que lhe nasceram neste tempo de preparação ao Santo Natal? Celebrar e recordar o início da história de nossa salvação em Jesus Cristo também poderia e deveria causar em todos nós uma grande alegria. Afinal, o Menino veio para nos salvar e nos libertar. Quem poderá nos trazer um presente maior do que este? Nos dias 24 e 25 de dezembro, queremos nos encontrar na comunidade para celebrar este fato extraordinário, incomparável em favor da humanidade, o nascimento do Salvador.Dom Edgar Xavier Ertl – Bispo da Diocese de Palmas e Francisco Beltrão.