TEMPO DE QUARESMA
QUARESMA É UM TEMPO ESPECIAL DE JEJUM, PENITÊNCIA E ORAÇÃO.
Prof. Dr. Valmor Bolan
Para os cristãos, o tempo da Quaresma se inicia com a Quarta-Feira de Cinzas, com o rito litúrgico do sinal das cinzas para lembrar a nossa transitoriedade neste mundo, e que precisamos da humildade para que possamos nos purificar e alcançar o estado de graça do verdadeiro, que é estar com Deus. Por isso a Quaresma é um tempo propício para a oração, o jejum e a penitência, nos preparando assim, em quarenta dias, para a celebração da Páscoa. É um período de mais recolhimento e sobriedade, sem faltar com a caridade. É assim que o cristão procura viver o tempo que antecede a Semana Santa, da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. A Quaresma, portanto, nos faz entender o sentido do deserto, porque os hebreus quando foram libertados por Moisés do domínio do faraó, atravessaram 40 anos no deserto, mas puderam experimentar o maná do Senhor, a presença de Deus que permanece fiel como Senhor da Vida, e quem toma a iniciativa pela nossa salvação. Por isso a Quaresma é um tempo muito especial, tempo de aprofundamento da fé e conversão.
Na mensagem para a Quaresma de 2023, o papa Francisco destaca que “a ascese quaresmal é um empenho, sempre animado pela graça, no sentido de superar as nossas faltas de fé e as resistências em seguir Jesus pelo caminho da cruz. Aquilo precisamente de que Pedro e os outros discípulos tinham necessidade. Para aprofundar o nosso conhecimento do Mestre, para compreender e acolher profundamente o mistério da salvação divina, realizada no dom total de si mesmo por amor, é preciso deixar-se conduzir por Ele à parte e ao alto, rompendo com a mediocridade e as vaidades. É preciso pôr-se a caminho, um caminho em subida, que requer esforço, sacrifício e concentração, como uma excursão na montanha. Estes requisitos são importantes também para o caminho sinodal, com que nos comprometemos, como Igreja, a realizar. Far-nos-á bem refletir sobre esta relação que existe entre a ascese quaresmal e a experiência sinodal”. É preciso portanto que o caminho sugerido pelo papa não seja isolado, mas em comunidade, com aqueles que também estão unidos com os mesmos propósitos, de fazer o bem.
E completa o papa, dizendo, que é preciso, no tempo da Quaresma, “não refugiar-se numa religiosidade feita de acontecimentos extraordinários, de sugestivas experiências, levados pelo medo de encarar a realidade com as suas fadigas diárias, as suas durezas e contradições. A luz que Jesus mostra aos seus discípulos é uma antecipação da glória pascal, e é rumo a esta que se torna necessário caminhar seguindo «apenas Jesus e mais ninguém». A Quaresma orienta-se para a Páscoa: o «retiro» não é um fim em si mesmo, mas prepara-nos para viver – com fé, esperança e amor – a paixão e a cruz, a fim de chegarmos à ressurreição”. Nesse sentido, possamos viver um excelente tempo da Quaresma, fortalecendo na fé, para que possamos melhor viver os princípios e valores cristãos, no nosso dia-a-dia.