Beltrão

Terapias especiais foi tema de debate em seminário da Unimed Francisco Beltrão

Assessoria

A Unimed Francisco Beltrão promoveu na noite de terça-feira, 24, o 2º Seminário Jurídico de Saúde Suplementar. O evento, que contou com a presença de cooperados e representantes de entidades, seguiu todos os protocolos de prevenção à Covid-19. Um importante debate foi realizado sobre as terapias especiais pediátricas que estão com demanda crescente em todo o País.

A abertura foi feita pela médica Wemilda Fregonese Feltrin, diretora-presidente da Unimed Francisco Beltrão, que fez menção especial sobre os casos de Autismo. Segundo ela, o corpo técnico da cooperativa está se especializando para entender melhor o que fazer frente às novas exigências de tratamento especializado para as crianças. Ela salienta que ainda há muita dificuldade de pais e profissionais de saúde compreender o novo comportamento das crianças. “Nós saímos de uma fase em que era muito difícil o diagnóstico do autismo nas crianças para um excesso de diagnósticos. Se a criança não se enquadra no padrão, se é muito agitada é hiperatividade, se é muito quieta é autista. Conversando sobre isso resolvemos nos aprofundar no assunto.” 

O seminário contou com a participação da advogada Liliane Gruhn, assessora jurídica da Unimed Francisco Beltrão, da enfermeira Flávia Ghindri Neto, coordenadora de Atenção à Saúde,  do advogado Mauro Cezar Abati, gerente de assuntos jurídicos da Unimed Paraná e da fisioterapeuta Luciana Honaiser Bastos, analista da regulação de assistência à Saúde, da Unimed Paraná. 

Crescente judicialização 
Segundo Mauro Abati, há uma crescente judicialização em todo o Paraná de casos relacionados às terapias especiais, principalmente de pais que recebem diagnóstico de autismo em seus filhos. “As pessoas procuram a Unimed, pedem o procedimento, mas muitas vezes esse serviço nem é oferecido por prestador nenhum naquela cidade, e entram na justiça. Ou seja, além de despesas fora do orçamento são tratamentos que, às vezes, nem fazem parte do rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).” A judicialização, nestes casos, aumentou entre 40% e 50% em um ano. A advogada Liliane Gruhn relatou que há poucos casos na justiça em Beltrão, mas há uma tendência de aumento, fato preocupante. “A cobertura adequada é um direito da criança e do beneficiário, mas como operadora nos deparamos com todas estas nuances, inclusive a econômica, porque nossa meta é adotar a conduta correta e evitar essa judicialização.” 


Terapias oferecidas
A enfermeira Flávia diz que a Unimed já oferece terapias especiais como cuevas, bobath, pedia suit (Fisioterapia), Aba, Bobath (Fonoaudiologia), Aba, integração sensorial e teacch (Terapia Ocupacional), bem como Psicologia especializa. A dificuldade, segundo disse, é encontrar profissionais especializados e com a certificação recomendada para se tornar prestador de serviços da Unimed. 


Importante diferenciar 
Luciana destacou que é muito importante saber diferenciar a linha tênue entre atraso no desenvolvimento e autismo. E ainda há muita dúvida na sociedade porque foi ampliado no Brasil o critério de diagnóstico do Autismo, ou seja, qualquer alteração que interfira no desenvolvimento serve como sinal de alerta. “Contudo, existem instrumentos validados que ajudam a fazer essa diferenciação. Como ampliou o critério do diagnóstico, os médicos com medo de deixar passar desapercebido (Autismo), ‘puxa era e eu não vi’, eles preferem colocar direto em terapia. E, às vezes, acontece de que uma estimulação, uma terapia convencional bem feita, num local adequado, pode evitar que essa criança vá para uma gama infinita de terapias especiais.” Na opinião dela, este aumento de supostos novos casos de Autismo ainda precisam de maior pesquisa e verificação, porque há um impacto muito grande da pandemia no comportamento dos menores. “As crianças voltaram pior para as escolas, elas ficaram um ano fechadas, sem socializar, só com aulas on-line. Então é preciso fazer acompanhamento e ver a evolução destes casos.” A fisioterapeuta entende que esse aumento de casos judiciais também tem relação com o desconhecimento das famílias, sobre os serviços da Unimed, que procuram antes a justiça do que a operadora do plano de saúde. “A operadora é parceira para dar o melhor tratamento possível.”

Legenda: André Araújo, M[arcio Pedro Martins, Luciana Honaiser, Wemilda Feltron, Mauro Abati e Faustino Garcez.