Beltrão

Trabalho docente na Educação Básica no contexto da Covid-19

Assessoria – No mês de março, em decorrência da pandemia da Covid-19, o governo do Paraná decretou a suspensão das aulas presenciais na rede estadual de educação básica e nas instituições de educação superior. Foram implementadas alternativas para substituir as aulas presenciais com a oferta do ensino não presencial – em que professores e estudantes utilizam tecnologias de comunicação e atividades dirigidas não presenciais.

Considerou-se a necessidade de continuar as atividades do ano letivo, para evitar perdas no processo formativo dos estudantes. As aulas não presenciais evidenciaram muitos problemas em relação ao processo de ensino-aprendizagem, entre eles: a falta de acesso às tecnologias de comunicação; a utilização longa e contínua de computadores por estudantes e professores; desigualdade social evidenciada pela exclusão digital; extensiva jornada de trabalho requerida aos profissionais da educação e a intensificação da burocracia e do controle relativo ao trabalho docente.

Diante deste cenário o Grupo de Pesquisa “Educação Superior, formação e trabalho docente” (Gesfort), da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) – Francisco Beltrão, realizou uma pesquisa com o objetivo de conhecer e analisar as implicações desta situação no trabalho docente, neste contexto da pandemia da Covid-19. Para isso, foi encaminhado um questionário eletrônico para professores e pedagogos dos Núcleos Regionais de Educação de Dois Vizinhos, Francisco Beltrão e Pato Branco, obtendo o retorno de 619 respondentes, os quais revelam o seguinte:

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Os dados evidenciam as reais condições de trabalho dos docentes: estes têm utilizado seus próprios equipamentos e acesso à internet para trabalhar; tiveram mudanças na jornada de trabalho e alteração nos horários com sobrecarga de atividades devido ao replanejamento pedagógico para atender alunos com e sem acesso aos meios de comunicação; os professores tiveram e têm dificuldades com este formato de ensino, embora haja um comprometimento em aprender; demonstram preocupação quanto ao processo de ensino e aprendizagem, o que levou a necessidade de estabelecer um contato com as famílias e estudantes por meio de aplicativos de mensagens, telefone ou e-mails, de forma a orientar e estimular a participação dos alunos nas aprendizagens. Por fim, acompanham o desenvolvimento desse processo, em condições tão novas, incertas e adversas.

É importante que a sociedade compreenda o trabalho dos professores neste momento de pandemia, há inúmeras situações e particularidades que envolvem o trabalho escolar e merecem respeito e todo o apoio diante das condições sociais, materiais e de cuidado à saúde dos profissionais da educação e dos estudantes.