Um perfume chamado Colônia: história, música e chocolate às margens do Reno
Colônia não é só um nome que você lê no frasco do perfume da sua avó. É uma cidade real — vibrante e histórica.
Por Sarah Bevilaqua
Colônia não é só um nome que você lê no frasco do perfume da sua avó. É uma cidade real — vibrante e histórica. Localizada às margens do majestoso rio Reno, na Alemanha, Colônia (ou Köln, para os íntimos) é uma daquelas cidades que misturam a altivez de uma catedral que levou mais de 600 anos para ser concluída com o jeito descontraído de quem toma cerveja em copo de 200 ml como se fosse um ritual sagrado (e é).

Comece pela Kölner Dom, a famosa catedral que sobreviveu até aos bombardeios da Segunda Guerra. Suba seus 533 degraus se quiser ver a cidade do alto — ou apenas diga que subiu e tire uma foto do mirante, ninguém vai julgar. Ao redor, o centro pulsa com museus, pontes cheias de cadeados de amor eterno (ou até a próxima viagem) e a tentadora promessa do Museu do Chocolate, onde é possível acompanhar o processo do cacau à barra e, claro, degustar. Tudo isso com vista para o Reno. Se não for o paraíso, está bem perto.
A gastronomia é reconfortante e simples

Com muito chucrute, salsichas e o indefectível joelho de porco, mas o charme está mesmo nas tavernas que servem a cerveja local, a Kölsch, em minúsculos copos para que ela nunca fique quente (e para que você perca a conta rapidinho). Os garçons, conhecidos como Köbes, são famosos pela sinceridade e por simplesmente trazerem outro copo assim que você termina o anterior. Só param quando o cliente cobrir o copo com o porta-copo.
Bonn, berço de um certo gênio chamado Beethoven

Se sobrar um dia (e um pouco de energia depois da maratona etílica-cultural), pegue um trem e vá até Bonn, a cidade que já foi capital da Alemanha Ocidental e, mais importante, berço de um certo gênio chamado Beethoven. A casa onde ele nasceu é hoje um museu delicado e emocionante, onde até as cartas do compositor estão em exposição. É um passeio ideal para recuperar o fôlego e mergulhar de cabeça na música — com fones de ouvido e alma aberta.
Curiosidade de ouro para contar no jantar

A água-de-colônia original foi criada aqui mesmo, em Colônia, no século XVIII. E até hoje é possível visitar a loja 4711, onde um aroma leve e cítrico te leva direto para uma época em que as pessoas acreditavam que um bom perfume podia curar tudo — de uma dor de cabeça a um coração partido. Spoiler: às vezes, ainda funciona.
Colônia não é uma cidade que se visita com pressa. Ela exige tempo, passos vagarosos, olhares para cima e muitos goles de Kölsch. Mas se você se entregar, ela te mostra uma Alemanha que sabe ser leve, apaixonada por música, orgulhosa de sua história e com um senso de humor mais afiado do que você imagina.
