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UMA PALAVRA DE ESPERANÇA

Em um ano marcado por tanta instabilidade, decorrentes da pandemia do novo coronavírus chegaram à festa do Natal, sem que fosse possível vivenciar nesse ano, o clima do Natal, que sempre marcou esta época. Clima de festa e solidariedade, de encontro e visitas, novenas e compra de presentes. As quase 200 mil mortes de brasileiros de covid 19 trouxeram tristeza e os cuidados se desdobraram para evitar novos contágios. Por isso, os governos estão buscando conscientizar a população para não flexibilizar demais as medidas de prevenção. A solidariedade, nesse tempo difícil, pode ser expressa também de diversas formas, principalmente pelos meios tecnológicos de comunicação (que não substituem o relacionamento pessoal), mas pode auxiliar para que os familiares estejam mais próximos, na atenção, no cuidado, até mesmo nas providências que precisam ser tomadas para atender demandas que se fazem necessárias. O que não pode haver é indiferença. Por isso o Natal deste ano nos convida a novas formas de solidariedade, para que prevaleça o espírito que sempre marcou a festa do nascimento de Jesus. Como lembrou D. Lourenço de Almeida Prado (OSB), em seu livro “Na Procura de Deus”: “O mundo é sacudido por poderes de destruição, mas é também o lugar habitado pelo Cristo e onde devemos encontrá-lo”. 

Mesmo em casa, devido às restrições do momento, podemos nas atividades do dia-a-dia, de trabalho ou afazeres domésticos, e até mesmo de lazer, encontrar as formas de solidariedade que o Natal nos leva a vivenciar. Não precisamos ficar somente na televisão ou no computador, mas podemos fazer muito mais, de concreto, na valorização da vida e do ser humano. Em tempos de grande agitação, fazem-se necessários momentos de silêncio, de oração, de meditação, de recolhimento e reflexão. Ainda mencionando D. Lourenço de Almeida Prado (OSB), obra citada publicada no começo dos anos 90: “A família vive hoje atormentada pela ideia de que tem que fazer programas. Ficar em casa, conversar, conviver, sem outra ideia  que a alegria de estar juntos, são situações que quase não existem mais. E quando ficamos em casa, não ficamos em casa, pois a televisão nos sufoca. Vivemos perturbados pelas exterioridades e pelo mundanismo. O mundanismo , a “Sociedade” é uma doença do nosso tempo”. É o ativismo que toma conta e, muitas vezes, impede que vivamos o essencial. 

Por isso, neste Natal, estejamos mais abertos, mais solícitos ao próximo, a quem está perto de nós e precisa da nossa solidariedade.  Muito  podemos fazer. Esta é a melhor época do ano para uma renovação interior, capaz de nos dar um novo vigor. Ficar em casa, portanto, pode ser uma oportunidade de resgatar essa proximidade e familiaridade, que permita com que redescubramos valores humanos. Que o Natal e o Ano Novo sejam, portanto, reanimados pela esperança. 

Valmor Bolan é Doutor em Sociologia. Professor da Unisa. Ex-reitor e Dirigente (hoje membro honorário) do Conselho de Reitores das  Universidades Brasileiras. Pós-graduado (em Gestão Universitária pela OUI-Organização Universitária Interamericana) com sede em Montreal-Canadá.

Valmor Bolan

Valmor Bolan é Doutor em Sociologia. Professor da Unisa. Ex-reitor e Dirigente (hoje membro honorário) do Conselho de Reitores das  Universidades Brasileiras. Pós-graduado (em Gestão Universitária pela OUI-Organização Universitária Interamericana) com sede em Montreal-Canadá.