Beltrão

Unimed recebe entidades nacionais para debate em Beltrão

Leonardo Boesche, Eleotério Benin, dr. Faustino Garcia Alferez, Renato Nobile, José Roberto Ricken, dr. Maurício Alves, Liliane Gruhn e dra.Wemilda Feltrin no debate sobre a resolução normativa 195 da ANS.

Evento alusivo ao Dia Internacional do Cooperativismo abordou a resolução 195 da ANS, que impede a venda de planos de saúde pelas cooperativas de crédito.

Para comemorar o Dia Internacional do Cooperativismo (7 de julho), a Unimed Francisco Beltrão realizou sábado, 23, a 16ª edição do Conhecer Unimed. O encontro com a participação da Federação Unimed do Paraná, Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Paraná (Sescoop), Sicredi e Cresol. O tema da mesa redonda deste ano foi a Resolução Normativa 195 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), promulgada em 2009, que impede a venda de planos de saúde pelas cooperativas de crédito.

O evento começou às 9h, no auditório da Unimed, com a uma apresentação do presidente da Ocepar, José Roberto Ricken. Na sequência, dois painéis mostraram um panorama do cooperativismo no Brasil e o trabalho das entidades na defesa das cooperativas junto aos governos Estadual e Federal, com o superintendente da OCB em Brasília (DF), Renato Nobile, e do superintendente do Sescoop/PR, Leonardo Boesche. Após os painéis, uma mesa redonda comandada pelo vice-presidente da Federação Unimed Paraná, Faustino Garcia Alferez, contou com a participação do diretor-presidente da Sicredi Iguaçu, Eleutério Benin, do diretor-superintendente da Central Cresol Baser, Adriano Michelon, da advogada Liliane Gruhn, além dos representantes da Unimed Beltrão, OCB, Ocepar e Sescoop.

“Eu vejo com muito otimismo a presença de todas as entidades parceiras nesse debate. Um dos nossos objetivos é conseguir atender a demanda das cooperativas de crédito, com relação aos planos de saúde, que hoje estamos impossibilitados de vender e isso acaba prejudicando as pessoas que participam da cooperativa. Foi um debate de auto nível”, disse a diretora-presidente da Unimed Beltrão, dra. Wemilda Fregonese Feltrin.

Para o diretor administrativo e financeiro da Unimed, dr. Maurício Alves, a presença das cooperativas e entidades que atuam em defesa do cooperativismo é benéfica para tentar reverter a resolução da ANS que prejudica a população cooperada e as cooperativas. “Hoje as pessoas estão sendo impedidas de comprar o plano de saúde por meio das cooperativas de crédito com um custo bem acessível, por causa de uma determinação, que no meu modo de ver, é totalmente contrária ao interesse da população.Nesse painel, nós engajamos novos parceiros para que possam nos ajudar a rever a situação e conscientizar os dirigentes da ANS”.

Maurício acrescenta que é importante aumentar e facilitar o acesso da população à saúde complementar, pois dentre os benefícios está a redução do número de pessoas que irão procurar o atendimento na saúde pública. “É importante que haja saúde suplementar porque ela dá um alívio na saúde pública. Eu entendo que a ANS não está para atrapalhar o trabalho da saúde suplementar, mas quando ela cria uma norma que impede a pessoa de adquirir o plano sem ter uma explicação lógica para isso, ela está atrapalhando as pessoas e as operadoras”.

Engajamento das cooperativas de crédito

Segundo Eleutério Benin, a procura dos associados do Sicredi ao plano de saúde é grande e há um potencial enorme no Sudoeste. “Olhando a nossa cooperativa na região, temos 50 mil associados, os quesão beneficiados pelos planos da Unimed não deve chegar a quatro ou cinco mil. Então temos um universo grande, uma procura grande, e através dos planos a pessoa consegue um preço menor.Por isso temos que nos organizar em grupo, se organizar entre cooperativas, e dar a condição ao associado de ter acesso aos planos de saúde que havia antes”.

Adriano Michelon acredita que com a união das cooperativas no País é possível reverter a resolução da ANS. “Temos que juntar todo o segmento cooperativo para reverter e derrubar isso que foi um entendimento técnico precipitado, pois é um produto muito importante para o associado da Cresol. Quando se juntar crédito, saúde, todos os ramos cooperativos do Brasil, somos um segmento forte e organizado, acho que há espaço para a gente reverter esse quadro”.

Representação em Brasília

O representante da OCB, Renato Nobile, ficou satisfeito com o debate entre as entidades e cooperativas e irá trabalhar na capital federal junto à ANS para alterar a resolução normativa 195. “Atuamos junto às agências reguladoras, apoiados por uma frente parlamentar do cooperativismo. Nós vislumbramos nesse painel uma oportunidade de não irmos pela via judicial e sim, pela administrativa para fazermos esses ajustes. Acredito que a gente consiga êxito junto à agência reguladora”.