DEPRESSÃO SAZONAL
Por Franciele Franzoni Melati – Psicóloga
O inverno chega e com ele a presença de dias mais curtos e a tendência a dias mais cinzentos, típicos da época mais fria. Nos dias cinzentos é normal sentirmos uma baixa de energia ou uma tristeza. Mas será que isso é normal?
Existem diversos aspectos de nossa vida que estão atrelados aos fenômenos naturais, como por exemplo, as estações do ano. Esse aspecto de sazonalidade influencia não só a agricultura, a moda ou a gastronomia, mas também nosso estado de espírito. É normal que no inverno, época considerada a mais fria do ano, as pessoas apresentem certas alterações no apetite, sono e de humor.
Algumas pessoas sentem vontade de ficarem mais tempo na cama, outras optam por comidas mais fortes e pelos doces e carboidratos e ainda há aquelas que apresentam mudanças na sua energia e motivação diárias. Todas essas alterações se manifestam de diferentes formas entre as pessoas e algumas apresentam alterações mínimas e conseguem conviver tranqüilamente com elas no seu dia-a-dia. Por outro lado, existem pessoas que percebem tais mudanças de uma forma mais intensa e passam a apresentar problemas significativos no seu cotidiano; essas pessoas podem estar sofrendo do que se costuma chamar popularmente de depressão sazonal.
O Transtorno Afetivo Sazonal (TAS) ou depressão de inverno, como costuma ser conhecida é uma forma de depressão que, como o próprio nome diz, ocorre principalmente durante o outono e o inverno, onde a falta de luz solar pode tornar as pessoas mais vulneráveis a flutuações normais de humor.
Esse tipo de depressão é mais forte em países onde o inverno é mais rigoroso e os dias mais escuros e se caracteriza por alterações no humor e diminuição de energia. Contudo, em nossa região existem casos, já que a estação fria é bem marcada. As pessoas que estão depressivas ou em tratamento de depressão devem estar atentas, pois tendem a perceber de forma mais intensa essas mudanças.
Depressão Sazonal
A depressão Sazonal é mais freqüente em mulheres que em homens. As estatísticas apontam que para cada homem afetado, existem quatro mulheres. É possível que suas causas estejam relacionadas com a redução da luz natural e as baixas temperaturas do inverno. Pesquisas mostram que ela é causada por um desequilíbrio biológico.
Acredita-se que a ausência da luz contribui para a produção de um neurotransmissor que regula o humor, o apetite e o sono chamado serotonina. Outro fator é a produção da melatonina (responsável pelo sono), que produzida em excesso provoca a sensação de cansaço e a diminuição de energia.
A diferença básica entre o Transtorno Afetivo Sazonal (TAS) e a depressão é que esta última não precisa de uma época do ano específica para se manifestar e não desaparece com as mudanças de estação.
Algumas pessoas acreditam que o principal sintoma da depressão é a tristeza, mas não é. A depressão provoca uma distorção na visão de mundo e na visão que a pessoa tem de si mesma, pois os aspectos negativos passam a ter mais importância que os positivos, como se a pessoa enxergasse as coisas ao seu redor em tons de cinza.
Auto estima
Há uma queda na auto-estima. A pessoa sente-se triste, desesperançado e abatido, quando a pessoa nega a existência desses sentimentos eles podem aparecer de outras maneiras, como dores pelo corpo, que não possuem causas médicas que as justifiquem, ou sentimentos de raiva.
Geralmente são os familiares e amigos mais próximos que percebem as modificações de humor na pessoa. As atividades que anteriormente eram consideradas prazerosas perdem o significado, as coisas ficam sem graça. Ocorrem mudanças nos hábitos alimentares, como perda ou aumento de apetite e alterações no sono.
A energia e motivação diárias também sofrem alterações, a pessoa pode apresentar dificuldades de concentração, cansaço, sentir-se pesado e lento. As tarefas de rotina passam a ficar extremamente difíceis. Passa a haver um isolamento social dos amigos, colegas, família e também uma diminuição do desejo sexual.
Tratar a depressão é extremamente importante. Procure um profissional de saúde.
Fonte: www.bemdesaude.com.br