Os pais de rede social
(Uma crônica de Joceane Priamo)
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As mensagens de amor eterno decoram as páginas da internet. Fotografias de passeios emolduradas com corações e legendas que os filhos são preciosos. Não podem faltar as mensagens de aniversário, e outras datas importantes do calendário em que as palavras tocam os corações dos leitores, textos escritos por quem parece viver e fazer tudo pela prole.
Ah se a vida real fosse exposta, muitos pais passariam vergonha! É fácil ser pai quando pega o filho para dar uma “voltinha” a cada quinze dias. Que maravilha é ser mãe quando o pai paga todas as despesas. Um título, um mérito, um troféu exposto para o mundo por pais e mães que se dizem preocupados com o futuro das crianças, mas que deixam aos cuidados dos avós ou de estranhos. Uma criança exige muito mais do que uma simples porcentagem do seu salário ou da sua atenção.
Afeto não vem na certidão de nascimento, carinho não se recebe só porque é parente. Muitos filhos registrados com as marcas do vazio e da insegurança, tornam-se órfãos, mesmo com pais. Uma criança não precisa de status nas redes sociais, um adolescente não fica revoltado só porque está na puberdade, um jovem não vive, apenas, de bens materiais, um filho, independentemente da idade, quer respeito e atenção. O amor é conquistado todos os dias e os laços são fortalecidos de várias formas, com atos, palavras e sentimentos vividos em família.
Muitos filhos sofrem abortos após o nascimento. Friamente, são trocados por qualquer coisa mais “importante”. Abandonados por seus genitores que não demonstram interesses, compromissos e responsabilidades, mantêm o famoso discurso: eram muito jovens, não possuíam maturidade, não tinham condições, tempo ou paciência. Desde o início da criação do mundo, Adão culpou a Eva pelo pecado, a Eva culpou a serpente, e você, pai e mãe, quem vão culpar pelas maldades de vossas ações?
A presença e a convivência dos pais são extremamente importantes para a formação dos filhos. Os laços de uma relação próxima e saudável, colabora para que a criança fortaleça sua autoestima, confiança e segurança, crescendo mais feliz. Cuidar, educar, participar, escutar, aconselhar, levar, buscar são obrigações tanto da mãe, quanto do pai. Portanto, aproveite enquanto há tempo, acompanhe todas as fases, crie com seu filho boas memórias, seja presente, pois o tempo passa, num dia você é responsável por um ser indefeso que necessita de cuidados, no outro será você que precisará de alguém para lhe amparar.
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Boa tarde
Extraordinária!
É a realidade.
Parabéns pela Crônica.