Religiões

A Benção do Entendimento e a Maldição da Superficialidade

Provérbios 2.9: “Então entenderás a justiça, o juízo, a equidade e todas as boas veredas.”

Há uma diferença expressiva entre conhecer e entender. Conhecer algo não significa entendê-lo. O entendimento do modo de ser de alguém apenas se efetiva pelo relacionamento continuado.

Muitos de nós conhecemos os textos bíblicos, os mais variados. Mas entre a letra e o espírito, entre as palavras e a vivência, há uma enorme distância que é ligada pela ponte chamada entendimento.

Você já parou para pensar que nossas melhores performances pessoais sempre foram pautadas e embasadas naquilo que fazemos com entendimento especial? Quando temos um problema específico, fora do nosso domínio de ação, pensamos em chamar alguém “entendido” no assunto, alguém do ramo. Este ao chegar, com o seu entendimento, resolve questões que nos paralisaram horas a fio.

O entendimento gera segurança nas decisões e ações a ser tomadas, mandando embora o medo e as incertezas. O entendimento promove a motivação necessária para as iniciativas importantes.

No tocante às realidades espirituais, podemos mesmo tentar servir e agradar ao Senhor sem entendimento, como nos diz o texto Romanos: “Porque lhes dou testemunho que têm zelo por Deus, porém não com entendimento”- Romanos 10:2.

A fé, o relacionamento com Deus não é algo que se possa viver empiricamente. Não se baseia em experiências ou experimentos. Não é formatada numa vivencia laboratorial que tateia para encontrar equações razoáveis e possíveis. Em Oséias o escritor diz: “O meu povo perece porque lhe falta o entendimento”. Oséias 6.3

O processo de um relacionamento com Deus inicia-se por esta base. O trabalho do Espírito Santo na conversão de alguém é o de produzir convicção. Ora, nenhuma convicção se forma sem os processos pertinentes da reflexão, da argumentação, da compreensão, do entendimento, os quais, plenamente efetivados e abrigados no coração, darão ao indivíduo a força necessária para o “start” de seu relacionamento com Deus. Desta forma, alguém que convicto, entendeu a mensagem do Evangelho, toma a decisão de entregar a sua vida ao Senhor Jesus.

É exatamente disto que Provérbios nos previne. Quando diz “então entenderás” nos adverte de que as veredas ou caminhos da justiça, do juízo e da equidade, nos serão revelados à medida em que caminhamos e buscamos tal compreensão. Tratar-se-á de uma demanda, uma necessidade e não de um luxo tal entendimento.

Veja o risco ao qual estamos expostos se buscamos tal profundidade, contemplando o que nos diz a Parábola do Semeador, proferida pelo Senhor Jesus:

Mateus 13.15 e 16: “Pois o coração deste povo se tornou insensível; de má vontade ouviram com os seus ouvidos, e fecharam os seus olhos. Se assim não fosse, poderiam ver com os olhos, ouvir com os ouvidos, entender com o coração e converter-se, e eu os curaria. Mas felizes são os olhos de vocês, porque veem; e os ouvidos de vocês, porque ouvem.”

Mateus 13.20 e 21: “Quanto à semente que caiu em terreno pedregoso, esse é o caso daquele que ouve a palavra e logo a recebe com alegria. Todavia, visto que não tem raiz em si mesmo, permanece pouco tempo. Quando surge alguma tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo a abandona.”

Que Deus nos dê a benção do entendimento e que nós não nos contentemos com a superficialidade.