A Copa digital vem aí
Nem parece que está chegando mais uma Copa do Mundo por aí. Um dos eventos que mais mexem com o planeta será realizado no Qatar em 2022 e, de cara, já terá uma novidade inédita: as datas serão em novembro. O clima do país em junho ou julho (quando normalmente acontecia o evento) é quente ao extrema, o que impossibilita a realização. Portanto, temos um pouco mais de um ano pela frente até lá. Mas algumas coisas já estão sendo definidas.
A Rede Globo, que historicamente é responsável pela transmissão no Brasil, terá que lidar com um novo formato que já é uma realidade em outras competições esportivas – como a Copa Libertadores, por exemplo. A transmissão digital está sendo negociada pela Fifa com algumas plataformas gigantes do meio, como Facebook, YouTube e Tik Tok.
É isso mesmo. Além das transmissões “tradicionais” – na TV aberta com a Globo e na TV por assinatura com o SporTV – também será possível ver os jogos da Copa nas plataformas de mídia digital.
Talvez por uma questão muito mais simbólica do que qualquer outra coisa, esse fato marca, através de um evento global e tão impactante, a grande transgressão entre as mídias tradicionais e digitais, algo que já viemos falando há tanto tempo. As plataformas deixaram de ser uma segunda tela para dividir o mesmo espaço com um monopólio firmado desde sempre. E isso, claro, também pode abrir espaço para a consolidação de outros monopólios.
E vale lembrar que o principal termo em questão é “exclusividade”. Ou seja, nada impede que a emissora de TV aberta ou fechada também realize transmissões em seus canais digitais, porém não terão mais a exclusividade que sustentavam há muitos anos. E no mundo da mídia o que custa caro e faz a diferença é justamente a tal da exclusividade.
Tá aí. Mais uma grande demonstração de que nada precisa ser necessariamente substituído. E sim que a integração das mídias, conforme o perfil de cada público pode beneficiar a todos e dividir o doce nas mãos de todos, facilitando a vida de quem faz e também de quem consome.