Psicologia

As dores da separação

Perder dinheiro, perder bens materiais podem causa sofrimento, mas perder pessoas costuma ser ainda mais dolorido. Quando falamos em perder pessoas estamos falando de todo tipo de perda, da pessoa que você perdeu por morte, por mudança, ou quando a própria convivência vai morrendo.

Toda perda pode provocar sofrimento, mesmo quando se refere às perdas materiais, muitas vezes essas perdas representam a vida da pessoa. Por exemplo, a pessoa que perdeu sua casa pode sentir que perdeu a referência de si mesmo pois nossa casa é nosso porto seguro, nosso lugar de acolhimento.

Existem vários tipos de perdas. Nós nos perdemos continuamente em nossa própria vida, por exemplo: perdemos a infância – quem é que não tem saudades da infância, precisamos deixá-la para trás para entrar no ensaio da vida adulta que é a adolescência; perdemos de um estilo de vida com a aposentadoria, etc.

Mesmo perder coisas ruins pode ser difícil. Deixar para trás um marido que só trazia transtorno pode tratar-se da perda de uma rotina conhecida.

            O termino de um relacionamento pode ser uma experiência altamente estressante, independente das circunstâncias em que isso ocorre, e, sendo assim pode surgir como resposta estresse elevado, períodos de depressão, ansiedade, síndrome do pânico, hostilidade, medo, raiva, abuso de álcool ou drogas – dependência química , etc.

A perda é uma experiência humana universal, mas algumas pessoas podem estar despreparadas para as perdas em geral, inclusive as perdas amorosas.

As pessoas podem se apegar fortemente uma as outras, e independentemente de haver amor, quando se mantém alguém por algum período em sua vida, esta pessoa pode percebe-la como fazendo parte até de sua identidade, mesmo que seja um relacionamento destrutivo. O grau de dificuldade aumenta quando há filhos, pois, nestes casos não se costuma romper definitivamente o relacionamento pois haverá questões a serem discutidas (aliás, para o bem dos filhos isso e altamente desejável!)

Cada pessoa tem seus valores e com isso cada qual tem dores e sentimentos diferentes. As pessoas confundem aceitação com estar conformado. Aceitar não é se conformar, não é passar a gostar do que aconteceu, não é concordar com o que aconteceu. Aceitar é combinar com você mesmo que você não vai mais entrar nessa briga interna a respeito do acontecido e vai tocar a bola pra frente. Quando você aceita esta perda você não passou a gostar do que aconteceu, é como que se você tivesse combinado com você mesmo que você não vai mais entrar nessa de deixar sua vida cair, você  combina com você mesmo que sua vida é mais do que uma pessoa nela, sua vida tem lugar para muitas pessoas.

Francieli Franzoni Melati

Francieli Franzoni Melati Psicóloga – CRP 08/9543 Francisco Beltrão - PR