Psicologia

As relações virtuais

O lado bom da internet é que todos podem expressar suas opiniões.
O lado ruim da internet é que todos podem expressar suas opiniões
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Desde sempre o interesse em se comunicar faz parte da vida das pessoas. Ao longo do tempo as tecnologias foram possibilitando novas formas de se relacionar e se comunicar a respeito de interesses em comum. As redes sociais ainda são formas ainda relativamente “novas” de comunicação, e a cada dia especialistas fazem novos estudos para investigar como elas estão mudando a maneira como nos relacionamos uns com os outros, como compartilhamos informações e como nos comportamos nas redes.

Skinner quando escreveu o capítulo “Por que os organismos se comportam” deixou muito claro que “Estamos interessados, então, nas causas do comportamento humano. Queremos saber por que os homens se comportam da maneira como o fazem. Qualquer condição ou evento que tenha algum efeito demonstrável sobre o comportamento deve ser considerado. Descobrindo e analisando estas causas poderemos prever o comportamento; poderemos controlar o comportamento na medida que o possamos manipular.” (Skinner, 1953/2007, pág. 24). No entanto ao falar de causas e efeitos, Skinner se refere às relações funcionais associadas às mudanças nas variáveis (dependentes e independentes). Ou seja, precisamos analisar quais as variáveis controladoras e/ou mantenedoras de determinados comportamentos.

Há quem diga que o modo como as pessoas se comportam nas redes sociais virtuais causa prejuízos na área afetiva, nos relacionamentos, no ambiente de trabalho, no desempenho escolar. Provocaria também um distanciamento dos internautas em relação aos acontecimentos não virtuais ou ainda um comportamento afetado pela “desinibição online”.

O comportamento nas redes sociais virtuais pode deixar de ser positivo quando a pessoa perde a noção do espaço e do tempo. Ou seja, deixa de realizar atividades que antes eram valorizadas por ela porque passa grande parte do tempo nas redes sociais virtuais, prejudicando sua rotina. Além disso, desmedir as consequências daquilo que é dito nos relacionamentos virtuais é outro grande perigo.

Todavia, ao apenas falar-se mal dessas redes sociais talvez se desconsidere os dois lados da moeda ou as vantagens dessas novas formas de comunicação, que estão aí, quer aceitemos ou não, e não são menos reais por serem virtuais. Nas redes sociais virtuais a vida também existe, é possível compartilhar ideias, manter contato com pessoas que estão em outros lugares, apaixonar-se, ficar feliz ou triste com alguma notícia. Para alguns é mais fácil manter uma conversa ou até mesmo “flertar”. Nem todos possuem habilidades sociais suficientes para apresentar em determinados contextos, e relacionar-se ainda que virtualmente, já é um passo para o desenvolvimento daquelas habilidades, que talvez futuramente possam ser exercitadas fora do mundo virtual.

Estas redes são apenas novas formas de comunicação, que, como as anteriores, também estão modificando as nossas relações. Mas quem decide como vai se comportar em relação a elas, quanto tempo dedicará ou o que será compartilhado, é você! E isso vale também para as redes sociais não virtuais. A virtualidade pode ser muito superficial, frágil e efêmera, mas a não virtualidade também pode, tudo vai depender da maneira como você manipula as variáveis que controlam e mantém determinados comportamentos, como você se relaciona e como você constrói suas relações.

Lembre-se sempre da ética e do respeito ao outro, isso vale para todas as relações!

Francieli Franzoni Melati

Francieli Franzoni Melati Psicóloga – CRP 08/9543 Francisco Beltrão - PR