Geral

Ciclos da História

Seguem reflexões sobre o momento eleitoral para a presidência da república, de modo particular. Tempos bicudos.De radicalizações improdutivas.

A nova onda conservadora no Brasil, intensificada já há alguns anos, especialmente após o pleito de 2014, quando se elegeu uma maioria de parlamentares conservadores, toma configurações novas no atual momento, quando segmentos da sociedade apostam em soluções radicais (sejam à esquerda ou à direita), destoando assim da natureza do brasileiro, de uma cultura plural e aberta.

Temos visto nas redes sociais ataques pessoais quando há discordâncias de opiniões, o que não é nada civilizado. Também uma cultura do ressentimento e do ódio, que não é do nosso feitio, proliferando com força cada vez maior.

Tudo isso faz exacerbar uma intolerância nunca vista, e por isso temos que ficar atentos, pois a história járegistrou movimento no passado, com tendências umpouco parecidas, que trouxeram instabilidade social.

Por isso, é preciso que estejamos vigilantes, e que busquemos meios de aprimoramento das nossas instituições democráticas, para evitar excessos, abusos e rompantes, inaceitáveis na sociedade do século 21.

É certo que os fatos confirmam uma tendência cíclica na história: ideologicamente ora mais à esquerda, ora mais à direita. Mas no Brasil, não podemos dizer que tenha havido um governo totalmente à direita, nem mesmo nos tempos da ditadura militar (bem estatizante).

Mas o crescimento do bolsonarismo (já reconhecido por instituto de pesquisas, epela imprensa etc.), evidencia uma resposta talvez extremada aos desmandos do lulopetismo, principalmente após os fatos expostos pela Operação Lava jato, que conseguiu colocar na prisão o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva.

O fato é que não tem sido possível, até o momento, uma opção política mis ao centro, pois a Lava Jato alcançou muitos políticos. Outro fator que ajudou muito a população a acompanhar mais asituação, foi o uso das redes sociais. Nesse sentido, os movimentos conservadores se beneficiaram mais até o momento. De qualquer modo, o pêndulo da história se volta agora mais à direita, mesmo sem liderança com qualidades intelectuais e históricas de coerência de vida, abrindo espaço para o que estamos hoje vivendo.

Mesmo assim, o momento atual requer que haja vigilância e discernimento, na busca do melhor, e mesmo assim as escolhas não serão tão fáceis assim.

O importante é que consigamos respeitar a pluralidade de ideias, e evitar os excessos, as adjetivações, os reducionismos, para que haja uma visão de conjunto.

Os ciclos da história ensinam, e temos muita informação disponível para evitar os equívocos do passado. É assim que estaremos aprimorando a democracia em nosso País.

Valmor Bolan

Valmor Bolan é Doutor em Sociologia. Professor da Unisa. Ex-reitor e Dirigente (hoje membro honorário) do Conselho de Reitores das  Universidades Brasileiras. Pós-graduado (em Gestão Universitária pela OUI-Organização Universitária Interamericana) com sede em Montreal-Canadá.