Comunicação

O nosso universo paralelo

Por Otávio Sedor

                Em meio a esses termos e terminologias do mundo moderno que existem por aí, existe uma com um tom um tanto quanto complexo que está em alta de algum tempo para cá. O tal do “Metaverso” pode ser considerado, literalmente, um mundo paralelo que a tecnologia nos trouxe. É quase como aquelas viagens entre realidades que aconteciam nos filmes futuristas do passado. Ou, melhor dizendo, se trata exatamente da realidade sendo replicada através de dispositivos digitais, segundo essas definições “a la Google”. 

                Porém, precisamos estar preparados para essa conversa. Porque, a partir dela e de suas explicações originais – que, geralmente, são bem mais rasas – surgem todas as teorias possíveis e pensadas para tudo isso. E é exatamente aí que o debate começa a ficar legal. E eu quero estar preparado para essa conversa. Bom, será mesmo?

                Aliás, falando em conversa, foi exatamente em uma dessas trocas de ideias especiais com pessoas especiais que a vida nos presenteia – daquelas que fazem valer cada minuto e fazem também acreditar mais nas pessoas – onde esse assunto tomou um rumo muito legal. Foi a partir de uma teoria que me enviaram, publicada pelo Shaan Puri – um importante profissional da área de tecnologia digital – que a mente se expandiu para mostrar que, quem sabe, o metaverso realmente talvez não seja apenas um “lugar”, como em um jogo virtual.

                Ele explica que, na inteligência artificial, existe um conceito chamado de “singularidade”, que de forma mais simplificada seria como um tempo em que a inteligência artificial se torna mais esperta e importante do que a vida humana. Ou seja, uma mudança gradual que vai dando mais valor à vida digital do que aos humanos. E, se pararmos para pensar e perceber, isso realmente pode já estar acontecendo. Afinal, hoje está tudo tão digitalizado através de processos e algoritmos, o carinho dos amigos se traduz em cliques e curtidas e a vida é vivida e compartilhada muito mais dentro dos stories do Instagram do que no toque e no abraço. Até o dinheiro, agora, já está mais digital do que nunca. É tão extraordinário quanto assustador. 

                E é exatamente por aí que a teoria de Puri passa. E por isso me chamou a atenção. A realidade distante e utópica já está acontecendo. Aquele futuro artificial pode já ser o presente. E, como ele mesmo disse, isso é algo que não podemos considerar nem bom e nem ruim. É apenas uma realidade que, literalmente, já pode ser real. E tão sinistra quanto um teste sensorial sobre nossa própria existência. Acho que, apesar de tudo, neste momento presente ainda fico com os presentes que a vida dá, como as conversas especiais com pessoas especiais que nos fizeram chegar até aqui.