OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO DURANTE A PANDEMIA
*Prof. Dr. Valmor Bolan
Todos têm sofrido com a pandemia, especialmente as crianças. Especialistas cuidam de evitar os danos da saúde mental na fase em que as crianças estão se desenvolvendo e precisam de socialização, de interação com os colegas, professores e demais profissionais da Educação. Mesmo com a volta das aulas presenciais (boa parte ainda com atividades on line), são muitos os desafios diante da nova situação decorrente da maior crise sanitária do mundo, que parece estar longe de acabar. Muitos buscam agora se adaptar à nova realidade, mesmo com as perspectivas de os problemas não serem resolvidos a médio prazo. Tudo isso causa incerteza e angústia, mas a vida precisa continuar, buscando superar as dificuldades existentes.
No artigo publicado no Jornal da USP, intitulado “Educação e Pandemia: desafios e perspectivas”, Edson Grandisoli, pesquisador do programa Cidades Globais do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, Pedro Roberto Jacobi, professor do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP, e Silvio Marchini, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, apresentam os resultados de pesquisa que fizeram, e afirmam: “A pandemia trouxe um cenário ainda mais desafiador e que precisa ser compreendido de maneira aprofundada, a fim de gerar novos conhecimentos e mapear possibilidades de ações para o presente e para o futuro”. E destacam: “Apesar dos desafios pessoais e educacionais, o quadro que emergiu da pesquisa mostra um cenário mais positivo e otimista que outras pesquisas relacionadas à atuação docente nos tempos de pandemia. Existe, entretanto, uma urgência na revisão e adequação do atual modelo de educação mediada por tecnologia por meio de novos formatos que garantam a aprendizagem significativa dos estudantes, bem como permitam que essa trajetória educativa seja avaliada de forma assertiva. Tais pontos, entretanto, dependem não somente da busca por novos formatos tecnológicos, mas de intensa e competente formação dos professores e outros profissionais da educação. Novos e melhorados modelos híbridos de ensino (presencial + remoto) deverão ser capazes de garantir o melhor dos dois mundos para educadores e estudantes e, uma vez implantados de forma competente, colaborarão diretamente na transição para modelos mais remotos em tempos de crise ou não”. O desafio está, portanto, na convivência com os modelos híbridos (presencial + remoto), extraindo o que há de melhor nas duas situações.
Cada aluno deve ser motivado a desenvolver as suas habilidades e talentos nessa nova realidade. Nesse sentido, o papel do professor continuará sendo fundamental, seja presencial ou virtual. O professor será sempre a referência pela qual o aluno encontrará o suporte necessário às suas demandas. E como completam os especialistas da USP, “um dos aspectos mais relevantes trazidos à tona pela pesquisa sejam a resiliência, a persistência e o idealismo do educador brasileiro, que se mostra pronto e disposto a desempenhar seu papel com coragem e otimismo, mesmo frente a desafios os quais, muitas vezes, estão fora do seu controle imediato”.
Valmor Bolan é Doutor em Sociologia. Professor da Unisa. Ex-reitor e Dirigente (hoje membro honorário) do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras. Pós-graduado (em Gestão Universitária pela OUI-Organização Universitária Interamericana) com sede em Montreal-Canadá.