Prevenção do Suicídio
O suicídio é fenômeno complexo, com causas variadas: histórias de vidas individuais, a particularidade que cada um lida com o sofrimento e a influência do ambiente social em que a pessoa está inserida
Setembro é o mês da conscientização sobre o suicídio, apesar de ser uma das principais causas de morte no mundo todo, ele pode em boa medida ser prevenido se as pessoas que convivam com indivíduos de risco conseguirem perceber a tempo e buscar apoio.
Os principais fatores de risco são:
Presença de transtornos mentais: “Entre os gravemente deprimidos, ao menos 15% cometem suicídio”, explica Botega, coordenador da Comissão de Prevenção ao Suicídio da Associação Brasileira de Psiquiatria. Em sua maioria destacam-se os indivíduos com Transtornos de Humor (depressão), transtornos psicóticos e dependências químicas (álcool e drogas);
Sensação de não ter saída: um evento grave que altere a vida do indivíduo e que cause a percepção que não há maneiras de supera-la, pode aumentar a o risco de suicídio;
Acesso a meios letais: diante do desespero da situação, com a qual não se consegue lidar por conta de um transtorno mental, atos extremos acontecem. Trabalhar armado ou ter arma em casa, não ter rede de proteção nas janelas, lidar com venenos ou drogas, são todos fatores que tornam um ato que talvez fosse impulsivo numa atitude fatal.
A campanha do CVV – Centro de Valorização da Vida para o Setembro Amarelo, mês da prevenção do suicídio, é “Falar é a melhor solução”.
Esta campanha busca a quebra de tabus e o enfrentamento do problema. O suicídio é uma questão de saúde pública, que leva 32 brasileiros por dia, mais do que o HIV ou muitos tipos de câncer, por exemplo. Assim, se o suicídio é prevenível em 90% dos casos, como aponta a Organização Mundial da Saúde, é preciso saber como preveni-lo e isso só se sabe com informação e conhecimento. Por isso, é preciso falar.
A sociedade em geral precisa reconhecer sinais, diferenciar mitos e verdades, ouvir profissionais e ter acesso a formas de apoio, como o próprio CVV.
Falar também é a melhor solução quando enxergamos pelos olhos de quem pensa em suicídio. Em comum, essas pessoas sofrem uma grande dor e não veem saída para ela, chegando a pensar no suicídio como uma forma de “matá-la”. Em geral, quem pensa em suicídio não quer necessariamente morrer, mas fazer aquela dor sair, mas não sabe como.
A dor, portanto, precisa ter fim, de alguma forma. Assim como os outros sentimentos, como alegria, orgulho, amor, a dor precisa ser expressa, senão sufoca. O CVV se coloca à disposição para todos que queiram falar sobre o que estão sentindo, para possibilitar que a dor saia por meio de palavras, e não por atos de agressão contra si e contra os outros.
Todas as pessoas que tem sofrimento psíquico necessitam de ajuda, e ela pode vir de diversas maneiras, desde suporte familiar, comunitário, até a busca de profissionais que facilitem a superação dos sentimentos negativos.
Se você não sabe o que fazer e precisa falar sobre algo, acesse www.cvv.org.br e veja as formas de atendimento disponíveis.