Teorias & Fatos Históricos

UM POUCO SOBRE AS SOCIEDADES PRÉ-COLOMBIANAS

Os povos pré-colombianos (portanto, antes de Colombo descobrir/achar/re-achar a América no fim do século XV) eram representados, sobretudo por três grandes grupos: pelos maias (Honduras, Guatemala, El Salvador e na região central do México), os astecas (México) e os incas (boa parte da América do Sul na região dos Andes e fatias de países como Equador, Peru, Bolívia, Argentina, Chile e Colômbia). São consideradas civilizações distintas, que de certa maneira se relacionaram de alguma forma culturalmente. Vale ressaltar que tais civilizações tinham um chefe absoluto no “Estado”, bem como funções religiosas, administrativas e políticas. Conforme ampliavam suas conquistas territoriais, obviamente guerreiros passaram a ser mais organizados enquanto classe bélica, e assim, a função daqueles que cuidavam da parte religiosa (atemporal) e da política (temporal), passaram a ser separadas. Em cada império ocorrem particularidades nesse quesito. A política e religião se mesclavam e se separavam, dando a entender que a organização dessas duas esferas culturais (temporal e atemporal), se chocavam por vezes.

Nos maias, existe uma divergência entre pesquisadores/autores se era uma sociedade teocrática ou não, explica Claudia Fernanda Rivera Bohn.

Nos incas, a figura mais poderosa na sociedade era o Inca, o rei-divino – era tido como o filho do deus-solar, portanto, era uma teocracia. Dessa maneira, ele tinha autoridade tanto religiosa quanto política.

Nos astecas, de acordo com Kohler, primeiramente era uma teocracia que depois passou a ser uma monarquia com teor moderado.

De qualquer maneira, seja qual tenha sido o tipo de “Estado” dessas três civilizações pré-colombianas, pelo menos duas coisas elas tinham de semelhantes:

1- A figura do rei/imperador representava a proteção do povo, ou seja: todas as classes. Liderava com mão firme seus exércitos; quando os mesmos ficavam sem seus líderes, perdiam o norte – o que facilitou o massacre feito pelos espanhóis, pois o sentimento de perda de um líder diante de uma guerra era algo caótico (mas convenhamos, não era só isso: as doenças trazidas pelos espanhóis ajudou e muito a exterminar os indígenas, tanto quanto os canhões e bacamartes);

2- Mesmo com os poderes do rei quase absolutos, poderes também tinham as ditas elites, que influíam nas decisões do soberano. “Perante as massas, o rei mantinha uma imagem de senhor absoluto”, analisa Bohn, “mas na realidade a nobreza compartilhava com ele o poder.”