Tendência de Polarização na Campanha Presidencial
Atenção: evitemos o voto-protesto. Adotemos o voto-consciência.
Os números das mais recentes pesquisas demonstram a tendência de uma polarização entre lulismo e não lulismo no segundo turno das eleições presidenciais.
Isso ficou mais evidente quando o TSE declarou a inelegibilidade do ex-presidente Lula (impedido de se candidatar pelo PT, pelos critérios da Lei da Ficha limpa). Então, o plano B foi colocado em ação, e no dia 11 de setembro, o PT oficializou a candidatura de Fernando Haddad. Em poucos dias verificou-se a transferência e intenção de votos de Lula para Haddad, fenômeno este que confirma a força do lulismo, que pode levar Haddad para o segundo turno.
Também as pesquisas demonstraram que Geraldo Alckmin (PSDB) não conseguiu (até o momento), representar o antilulismo, pois o deputado Jair Bolsonaro é quem está hoje mais identificado com a oposição lulista. Com a candidatura de Marina Silva desidratada e a do próprio Alckmin difícil de deslanchar, resta Ciro Gomes buscar os votos do espólio de Lula, mas tudo indica que – não havendo nenhum fato novo, Bolsonaro e Haddad parecem reunir mais condições de se enfrentarem no segundo turno.
A pergunta que os analistas estão fazendo é porque o Brasil chegou nesse impasse, de uma provável polarização de extremos (mais à esquerda e mais à direita), com uma situação cujo ineditismo torna ainda mais imprevisível o resultado das eleições. Muitos dizem que João Dória talvez tivesse sido uma terceira via mais viável nesse complexo processo eleitoral,pois a própria natureza não belicosa de Geraldo Alckmin tem deixado de ser uma virtude, para ser um problema, pois que os seus aliados insistem de que ele deveria ter uma postura mais contundente contra o bolsonarismo e o lulopetismo.
Com isso, a campanha torna-se mais acirrada, com um segundo turno mais agressivo, de ambos os lados. Que Brasil irá emergir disso? Nãos sabemos. Mas há alguns anos que percebemos o acirrar dos ânimos, a coloração ideológica ficar mais acentuada, e um Brasil profundamente dividido.
Mesmo assim, precisamos intensificar nossa reflexão sobre os atos que aí estão, a cada dia com uma novidade, buscando o discernimento necessário para que façamos a decisão mais adequada no exercício da nossa cidadania. Ainda há tempo de avaliar o conjunto e buscar entre os candidatos a melhor opção para o Brasil. Que saibamos votar, não voto protesto, mas o voto consciente. É assim que esperamos aprimorar a nossa democracia, com escolhas mais acertadas.