Psicologia

Comportamento Suicida

O suicídio é fenômeno complexo, com causas variadas: histórias de vidas individuais, a particularidade que cada um lida com o sofrimento e a influência do ambiente social em que a pessoa está inserida

Setembro é o mês da conscientização sobre o suicídio, apesar de ser uma das principais causas de morte no mundo todo, ele pode em boa medida ser prevenido se as pessoas que convivam com indivíduos de risco conseguirem perceber a tempo e buscar apoio.

O comportamento suicida é composto por um conjunto de cognições e comportamentos disfuncionais, cujo fim pode ser a morte do indivíduo. Embora erros de julgamento e diagnóstico do potencial suicida sejam inevitáveis, os erros de omissão são previsíveis se o avaliador executar o exame completo do risco de suicídio. Nesta medida, os médicos, principalmente de atenção primária e de emergência, desempenham um papel fundamental nesta campanha contra suicídio. É preciso diferenciar, nos serviços de emergências, as chamadas tentativas de suicídio das intoxicações exógenas, dos traumatismos, das queimaduras, dos ferimentos por arma de fogo ou arma branca e dos acidentes automobilísticos. O suicídio e a tentativa de suicídio demandam atenção de clínicos e cirurgiões do pronto-socorro e consomem grandes recursos de saúde, passando a ser considerados, na última década, como um problema considerável de saúde pública.

            É fundamental que os profissionais médicos saibam como avaliar adequadamente o potencial suicida, como reconhecer os indivíduos suscetíveis antecipadamente e quando liberar o paciente após uma tentativa frustrada de autoeliminação. Infelizmente não há testes preditivos ou critérios clínicos que possam dizer antecipadamente quem cometerá ou não suicídio.

            A maioria das pessoas com intenção suicida comunica seus pensamentos e intenções suicidas por meio de palavras nas quais apresentam temas como sentimento de culpa, desvalia, ruína moral e desesperança. Os sentimentos e pensamentos da pessoa suicida tendem a ser os mesmos em todo o mundo, quaisquer que sejam os problemas. Em geral, existem ainda três características psicopatológicas comuns na mente dos suicidas:

* ambivalência, em que há uma urgência de sair da dor de viver e um desejo de viver;

* impulsividade, ou seja, ato impulsivo pode ser desencadeado por eventos negativos do dia a dia;

* rigidez de pensamento, isto é, pensar fixa e drasticamente no suicídio como a única forma de sair dos problemas.

Avaliação de riscos:

            O mais importante para uma avaliação adequada da ideação suicida é o conhecimento dos fatores de risco, pois precede a ocorrência de uma condição particular relacionada ou não à doença.

Fatores de alto risco de suicídio

Tentativa anterior de suicídio, com intenção de morrer.
Ansiedade, depressão, alcoolismo, quadro psicótico e estado de exaustão.
Tentativa premeditada e ativamente preparada.
Disponibilidade dos meios para o suicídio (métodos violentos e letais).
Preocupação com o efeito do suicídio sobre os membros da família.
Ideação suicida verbalizada.
Preparação de um testamento ou cenas de despedida.
Crise vital próxima, como luto, cirurgia iminente ou dissolução de um relacionamento amoroso.
História familiar de suicídio.
Mudanças de condições de saúde ou estado físico.
Início ou cessação de medicação psicotrópica.
Intoxicação por álcool ou droga.
Melhora súbita do humor depressivo.
Sentimento de desesperança.
Família suicidogênica.
Precaução para evitar intervenção, como isolamento ou minimização do risco de descoberta.
Nenhuma ação para pedir socorro após o evento.
Pessoa com remorso por sobreviver da tentativa

Os transtornos mentiais mais comumente associados ao suicíio são: depressão, dependência química, esquizofrenis e transtornos de personalidade.

Na avaliaçao clínica de um paciente com potencial suicida deve ocorrer com grande cuidado e atenção; o profissional médico (geralemnte acessado nos serviços de urgência e emergência), deve ainda avaliar a indicação ou não da hospitalização a partir de uma estimativa criteriosa do risco de suicídio do paciente

            É impossível prevenir todos os casos de suicídio, contudo, a habilidade em lidar com suicídio faz a diferença, pois milhares de vidas poderão ser salvas todos os anos se todas as pessoas que tentaram suicídio forem adequadamente abordadas e tratadas.

Onde buscar ajuda:

-SAMU (192)

-Unidade de Pronto Atendimento (UPA)

-Pronto socorro de hospital geral

-Unidade de saúde (US)

-Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)

-Clínica de atendimento psiquiátrico e psicológico

-Centro de Valorização da Vida (CVV) – telefone 188 ou www.cvv.org.br para chat e  e-mail (O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias.)

Referência:

http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/2398/como_prevenir_o_risco_e_a_tentativa_de_suicidio.htm

Francieli Franzoni Melati

Francieli Franzoni Melati Psicóloga – CRP 08/9543 Francisco Beltrão - PR