Esportes

OSMAR BRITO: PRESIDENTE-MOR DO CE UNIÃO POR DUAS DÉCADAS E MEIA –

Por Laurentino Risso

Faltando quatro meses para a eleição de uma nova diretoria do CE União, nada melhor do que buscar inspiração na pessoa de Osmar Brito (em memória), que aparece na foto conversando com o zagueiro Jovino, momentos antes de um jogo importante do Anilado Beltronense.

De 1962 a 1988, Osmar Brito, comerciante – empreendedor vindo de Joaçaba/Videira-SC, dedicou parte de sua vida ao Clube Esportivo União. Estabeleceu-se em Francisco Beltrão nos últimos anos de 1950 como comerciante no ramo de varejo e atacado, assim como compra e venda cereais, atendendo Francisco Beltrão e região, inclusive no ramo de transportes. O CE União, fundado em 1956 antes de Osmar Brito, foi dirigido pelo seu fundador Wolf Paulo Trentin. Inicialmente denominava-se CER União, compreendendo as partes social e esportiva. Contudo, 10 anos após – 1966 – houve a separação, ficando a social e a esportiva, cada qual com a sua diretoria independente.

Nos primeiros anos em que o União mantinha suas atividades esportivas, os confrontos futebolísticos mais ferrenhos se davam contra equipes de Pato Branco, em amistosos e em disputas pelo campeonato amador do Sudoeste, organizado pela LESP (Pato Branco). Algumas partidas mais interessantes foram realizadas contra equipes de Santa Catarina; uma delas foi contra o Vasco da Gama de Caçador, na época um nome respeitável no futebol do vizinho Estado.

Havia muitas limitações financeiras. Algumas diretorias alternativas também passaram pelo CE União, com a indicação de Osmar Brito e aprovação dos sócios do clube. Para manter a equipe em atividade, buscavam-se patrocínios empresariais, público e prestação de serviços. As diretorias que assumiam o clube o administravam de acordo com os recursos disponíveis, mas em casos excepcionais entrava em ação o caixa chamado Osmar Brito, para resolver problemas financeiros da entidade esportiva.

Em 1968, Osmar Brito queria ver o CE União em um novo patamar, por isso, foi à Federação, em Curitiba e pleiteou uma vaga para disputar a 2ª. Divisão do futebol paranaense. Os jogadores amadores até então, foram registrados como profissionais, com raras exceções de alguns que vieram de fora, já profissionalizados. A equipe disputou pela primeira vez uma categoria mais forte, inclusive contra o Palmeiras de Pato Branco, que já era um time pertencente ao futebol profissional do Estado.

O amor de Osmar Brito para com o CE União era tão grande que, em certas ocasiões, hospedava jogadores em sua própria residência. O Dama Didoné que o diga, pois foi jogador que Brito acolheu em sua residência. Em 1964/65, Osmar Brito chegou a criar um dormitório para jogadores do União, anexo ao seu armazém de cereais. Assim era Osmar Brito, dedicado, apaixonado pelo União não media esforços para ver o time em ascensão, apesar das adversidades que vinham pela frente.

Muitos jogadores que surgiram na equipe de aspirantes do Clube União passaram a jogar no time principal – exemplos de Juquinha e Lalo, incentivados pelo presidente Brito. Um goleiro que marcou época no time foi Paulinho Franciosi, cobiçado por grandes equipes, tendo inclusive sido encaminhado pelo presidente Osmar Brito para fazer testes no Santos FC, na fase áurea de Pelé e Cia.