Comunicação

Um novo mundo

                Quando, há não muito tempo atrás, pensávamos em um futuro com carros voadores e teletransporte, nossa imaginação talvez fosse muito mais fértil e romântica do que agora. Mas, sem dúvida nenhuma, ela jamais chegaria ao ponto de pensar que em 2021 estaríamos vivendo em uma realidade muito mais inteligente e interessante do que o mundo dos Jetsons.

                Alguns dias atrás, conversando com um amigo que trabalha com locação de equipamentos para eventos, ele me contou que mesmo neste momento de retomada em uma fase mais flexível da pandemia, uma parte dos negócios ainda não voltou ao normal. E pior: não voltará. Ou, como dizem por aí, voltará como o tal do “novo normal”. Eventos corporativos estão abrindo mão de muita parafernália que precisavam até então para realizar encontros híbridos ou até mesmo totalmente virtuais. É muito mais fácil, simples, barato, eficiente e confortável participar com uma câmera, um microfone e estando de bermuda e chinelos – apesar de nada superar a presença do calor humano. Mas tem gente que, agora, prefere assim.

                O hábito de observar o que acontece em volta, nas coisas mais casuais da nossa vida, nos traz esse tipo de conclusão. Hoje, é possível fazer qualquer transferência de dinheiro com poucos toques em uma tela utilizando o Pix. Não precisa mais de dinheiro de papel, envelopes, preencher tudo com caneta. Deslocamentos também não existem mais, é o mundo todo ali dentro daquela tela que cabe na palma das mãos. Aliás, agora até o próprio WhatsApp tem uma nova função que permite realizar pagamentos online. Sim, um aplicativo de troca de mensagens instantâneas que é, ao mesmo tempo, uma espécie de banco virtual. Parece loucura, mas é o futuro que já começou. 

                Dos carros de aplicativo aos cardápios via QR Code nos restaurantes, a tecnologia tem a função primordial de facilitar a nossa vida. E também ajudar a salvar vidas. E, claro, como tudo que vemos por aí, essa história toda também pode ter o ônus do bônus com todo aquele medo de sermos dominados pelas máquinas e deixar que os algoritmos tomem decisões por nós. Mas isso é papo para outro momento, que sabe tomando uma taça de vinho – que inclusive pode ser de um sistema self-service comandado por um aplicativo.