UM POUCO SOBRE A HISTÓRIA SOCIAL
O que é uma história social? O historiador José Ignácio Reyes Gonzalez, explica que a história social é complicada pra definir. O citado autor busca um conceito para isso, citando G. M. Trevelyen, que explana que a história social é do povo – porém, faz uma crítica de que o social sem o fator político e econômico envolvido, pouco explica da sociedade. Parte para outro teórico, no caso, E. P. Thompson que busca um viés marxista, mas ainda faltava algo. No entanto, entre variados teóricos, podemos mencionar os historiadores como Bloch, Febvre e Braudel, que desenvolveram história social, mesmo não declarando isso de fato. No entanto, a partir do Pós-2ª Guerra, que esse tipo de historiografia realmente deu as caras. É interessante que historiadores marxistas ingleses deram grandes contribuições nessa área, ressaltando, na fala de Gonzalez, “que defienden el criterio que la historia social no es más que una historia marxista que se ajusta a los fundamentos que plantearon suas fundadores Carlos Marx y Federico Engels [que defendem que a história social nada mais é do que uma história marxista que se encaixa nos fundamentos de seus fundadores Karl Marx e Friederich Engels – tradução livre].”
Nos anos 60-70, a história social ganhou novas parcerias, e a interdisciplinariedade com outrs disciplinas foi notável, como antropologia, etnografia, sociologia, demografia e história econômica. Sem contar que nos anos 50-60, a abordagem de temas variados na história social, com estudos sobre mentalidades, urbanismo, grupos sociais, demografia, parentesco, transformações nas sociedades, cultura, movimentos sociais, e também, pesquisas sobre a vida familiar e o cotidiano. Podemos citar E. J. Hobsbawn, um historiador marxista social que contribuiu grandemente com suas obras.
No parágrafo anterior podemos notar que a história social é ampla, pois ela trata de praticamente “de tudo” quando se trata de seres humanos em sociedade. Ela não deixa de lado os marginalizados na história, e isso incluindo a família como estudo histórico (não confundir a família aqui como um elemento num viés meramente tradicional e moral tão comum no Ocidente, mas como sujeitos a serem historiados/pesquisados), bem como grupos sociais praticamente deixados de lado por muito tempo na história (negros, índios, LGBTs, entre outras minorias sociais). A história social tem também uma visão comunitária, das relações sociais de seus membros dentro de um contexto histórico maior (seja ele nacional ou internacional). A história social busca ser democrática, digamos.